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Como os dados podem ajudar no desenvolvimento do mercado da cannabis?



18/07/2022



Após anos de proibicionismo, a indústria canábica ainda não construiu uma base de dados consolidada, mas deve correr atrás disso para se estabelecer como um mercado promissor 

Hoje, os dados permeiam a nossa rotina de forma tão natural que nem sequer lembramos que estão ali, seja nas redes sociais, nas compras online, em propagandas digitais, no reconhecimento facial ou de voz etc.. 

Eles não só facilitam o nosso dia a dia, como também ajudam empresas a se desenvolverem e são combustíveis para o surgimento de novos negócios. 

No mercado da cannabis, não é diferente: os dados são essenciais e podem proporcionar oportunidades importantes para o setor. 

Falta de informações

A indústria canábica, no entanto, ainda carece dessas informações, já que o proibicionismo impediu o desenvolvimento e documentação da maior parte de pesquisas e outros materiais intelectuais sobre a planta. 

O avanço de regulamentações em torno da maconha em países ao redor do mundo começou a mudar esse cenário, mas também tornou a demanda por dados ainda mais necessária. 

A importância da informação para a estratégia de negócios

Com o estabelecimento do mercado, precisamos encontrar formas de reinventar e ampliar cada vez mais o setor e, para isso, nada melhor do que munir os players de informação. 

Afinal, os dados são ferramentas estratégicas para ajudar negócios a se posicionarem na indústria, a saberem no que investir e, também, a explorarem áreas pouco conhecidas. 

A partir de uma base de dados sobre o mercado atual de cannabis medicinal no Brasil, por exemplo, uma empresa internacional pode entender qual tipo de produto é mais comprado no país – o que depende de variáveis complexas que atingem o território nacional –, e, assim, pode se adequar a essa realidade e atuar de maneira estratégica em relação ao seu negócio.  

Dados detalhados

Ainda como forma de exemplo, ao reunir e analisar os dados sobre estudos de fitocanabinoides diferentes do THC e do CBD, como o CBN ou CBG, que são menos explorados, é possível encontrar maneiras de incorporá-los no mercado e impulsionar empresas a buscarem novas oportunidades para tal. 

Essa movimentação poderia favorecer uma indústria que, apesar de estar em seu início, já se encontra saturada em áreas mais bem aceitas pela sociedade e incentivadas pelas regulamentações governamentais. 

Dados como indicadores de tendência 

Se observarmos de forma mais ampla, vemos que os dados, na verdade, são imprescindíveis para a consolidação de qualquer indústria imatura ou incipiente, pois eles são a base para mapear e indicar as tendências e necessidades dos mercados. 

Em vez de dar um tiro no escuro, os empreendedores são capazes de compreender os segmentos de forma aprofundada e apostar naquilo que tem maior chance de aderência, o que poderia refletir positivamente em seus lucros. 

Os dados, portanto, devem ser coletados e construídos para além do mercado canábico. 

Há uma diversidade de indústrias que ainda são cruas e podem ser mais bem exploradas no Brasil, ao mesmo tempo que ganham cada vez mais tração no exterior, como a de produtos eróticos e da moda sustentável – ambas, por exemplo, poderiam contar com uma base de informações rica para um melhor direcionamento dentro do território brasileiro. 

Construção de uma base de dados

Ainda, construir uma base de dados é uma maneira de incentivar o desenvolvimento do mercado e, no caso da cannabis, lutar por uma regulamentação consciente e inclusiva. 

Afinal, essas informações podem servir como “provas” daquilo que funciona ou não em uma indústria, contribuindo para uma argumentação sólida sobre a importância de um investimento em tal setor ou até mesmo de uma legislação voltada para tal segmento.

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

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Kaya Mind

A Kaya Mind é a primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis, do cânhamo e de seus periféricos. A startup tem o propósito de ajudar empresas, empreendedores e investidores a diminuir a distância entre a informação e a ação para os agentes que querem trabalhar com a indústria de cannabis e seus derivados.