Na última terça-feira (14) aconteceu mais uma audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis e do Cânhamo, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Dessa vez, para falar de Tecnologia e Inovação.
Um dos principais pontos destacados pelos convidados foi a falta de investimentos em estudos e tecnologias ligadas à saúde. Principalmente quando falamos de cannabis.
Apesar do Brasil produzir bastante estudos sobre o assunto, eles geralmente são repercutidos lá fora, assim como o desenvolvimento de novos instrumentos para facilitar a área da saúde.
De acordo com uma pesquisa do DataFolha no ano passado, o setor de saúde é o que menos investe em tecnologia no Brasil.
A escola de administração da FGV ainda aponta que, embora o investimento tenha crescido, os gastos em tecnologia na saúde somam apenas 4,5% do mercado. Bem longe do ideal.
Por outro lado, o mundo tem investido cada vez mais. De acordo com o Relatório State of Digital Health, da plataforma norte-americana de inteligência de mercado CB Insights, o investimento em saúde digital no mundo bateu recorde depois da pandemia.
A audiência pública foi conduzida pelo Coordenador da Frente Parlamentar, o deputado Sérgio Victor, (NOVO).
Dessa vez, os convidados foram:
Quem abriu as discussões foi Patrícia Villela, que falou bastante sobre a elitização do acesso à cannabis. Segundo ela, o mercado deveria colocar a vida no centro e não o lucro. Questão que impede o desenvolvimento da planta no Brasil.
Já a CEO da Scirama Psychedelic, a falta de financiamento no setor também impede que as pessoas conheçam mais sobre as propriedades medicinais da cannabis, o que consequentemente, torna o processo ainda mais lento.
“O conhecimento, a tecnologia e a sociedade devem conversar”, ressalta.
Ela também apontou a falta de regulamentação no setor, um dos principais desafios para o acesso à cannabis no Brasil.
Até o momento, o Brasil autoriza o uso medicinal de duas formas: através da importação, através da resolução 660 e também da venda em farmácias pela RDC 327. Mas o preço não é barato. Contudo, o plantio, por exemplo, ainda precisa ser conquistado na justiça. Mesmo que para fins medicinais.
A falta de financiamento em tecnologias é um problema não só da cannabis, mas de várias áreas voltadas à saúde, como destacou o Diretor e a Presidente do centro de inovação da USP.
Paula Lima, por exemplo, destacou a dificuldade de investimentos em biotecnologias, ou até mesmo sandbox relacionadas à saúde. “As pessoas tendem a investir em algo que dá retorno rápido, mas a saúde é um retorno a longo prazo”, diz.
“Precisamos impactar a vida das pessoas e não as finanças”, complementou Felipe Massami Maruyama.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Pernambuco sanciona lei sobre cannabis no SUS
8 projetos de cannabis recebem R$1 milhão em emendas
Fitoterápicos: Anvisa quer saber a sua opinião
Curso de cannabis da Unifesp ganha prêmio internacional
Frente Parlamentar da cannabis anuncia vencedores do edital
Distribuição de cannabis vira lei em Recife
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso