Como está o mercado de cannabis no Brasil hoje?

Como está o mercado de cannabis no Brasil hoje?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Relatório reúne informações e dados sobre o setor da cannabis no Brasil, passando por contextualizações históricas, socioeconômicas e regulatórias

O cenário da cannabis no Brasil tem passado por mudanças importantes nos últimos anos. 

Novas regulamentações e um maior conhecimento a respeito dos benefícios da planta fizeram com que o acesso se tornasse mais democrático, mesmo que ainda restrito. 

Cada vez mais, os brasileiros buscam a cannabis como um tratamento medicinal, bem como as empresas enxergam a força do mercado brasileiro e buscam autorização para comercializar seus produtos nas farmácias. 

Em 2015, quando a Anvisa passou a autorizar a importação de produtos à base de canabidiol para uso próprio mediante prescrição, o tratamento médico com cannabis no Brasil se tornou uma realidade.

Mas uma realidade distante para muitos pacientes que necessitavam dos benefícios terapêuticos da planta por conta do alto preço do tratamento. 

A cannabis é acessível?

Hoje, há mais acessibilidade por conta de outras vias de acesso aos medicamentos de cannabis, como as associações e farmácias, além da variedade de derivados de diferentes marcas e formas farmacêuticas com valores diversos disponíveis por meio de importações.

Por outro lado, o contexto socioeconômico do Brasil ainda é limitante. Afinal, o salário-mínimo brasileiro, em 2022, foi de R$ 1.212 e a taxa de desemprego do 2º trimestre do mesmo ano foi de 9,1%. 

Ao mesmo tempo, os estudos científicos e a imprensa têm sido importantes aliados das regulamentações, tornando o tratamento com cannabis mais conhecido e com maior credibilidade no país. 

Crescimento

Houve um aumento relevante de pesquisas científicas com o termo cannabis desde 1989, tendo sido 2019 o ano com mais artigos publicados em relação ao tema.

Muitas universidades reconhecidas são centros de pesquisa que atuam nesse setor. Inclusive, pesquisadores brasileiros de renome que abordam o assunto, embora não sejam frequentemente mencionados em veículos da mídia.

Assim, mesmo com instituições como o CFM tentando burocratizar mais ainda o acesso à cannabis medicinal, como ocorreu em outubro de 2022, o número de pacientes no país não para de crescer e, junto com ele, as associações espalhadas por diversos estados e as empresas com CNPJ aberto que desejam atuar no setor no Brasil. 

Isso mostra o potencial do mercado de cannabis em território nacional, que já conta com 9 derivados da planta nas farmácias e produtos que remetem a tendências da cannabis do exterior, mas que ainda não são autorizadas no Brasil.

Como os cosméticos com CBA, por exemplo. O princípio ativo encontrado na biodiversidade amazônica, são uma alternativa aos produtos de beleza com CBD, fitocanabinoide da cannabis que ainda só é autorizado medicinalmente no país. 

Brasil está atrasado

No entanto, comparado a outros países da América Latina, o Brasil está atrasado. De 33 países, a maioria tem possibilidade legal de acesso ao uso medicinal da cannabis e quase metade ao cultivo de cânhamo. 

Em relação ao uso adulto, apenas um tem regulamentação, enquanto muitos outros há apenas a descriminalização com quantidades de porte determinadas.

Muitos dos países latino-americanos vêm prosperando com uma regulamentação mais ampla do que o Brasil, o que mostra a importância de uma mudança na legislação brasileira. 

Mesmo com tantas conquistas e ganhos econômicos e sociais nos últimos anos, o tamanho de mercado e de pacientes tratados com a cannabis medicinal poderiam ser muito maiores do que os números mostram hoje. 

Relatório

Todas essas informações foram apresentadas no “Anuário da Cannabis no Brasil”, onde reunimos detalhes do mercado de cannabis brasileiro com contextualizações regulatórias, históricas e socioeconômicas. 

O documento, baseado em métricas próprias e fontes oficiais governamentais, trouxe também novas projeções relevantes a respeito dessa indústria, que mostram a força que o setor tem no país. 

O lançamento será no dia 16 de novembro e conta com o patrocínio de mais de 20 players do ramo. 

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