Seis meses após a liberar a prescrição para tratamentos com cannabis medicinal na região, a cidade de Búzios já vem colhendo os seus frutos.
A legalização da cannabis medicinal ainda caminha a passos lentos no Brasil. Porém, nos poucos lugares em que ela tem algum tipo de regulamentação, os resultados positivos já começam a aparecer.
Búzios, localizado no litoral do Rio de Janeiro, é a prova disso. Segundo um levantamento da prefeitura local, mais de 400 crianças estão sendo tratadas com a planta na cidade.
Os números se dão, principalmente, pela acessibilidade fornecida pelo governo do município. Atualmente, os pacientes podem conseguir os medicamentos através de associações canábicas, como a APEPI e a ABRARIO.
Além disso, a ideia de distribuir os compostos na rede pública de saúde de forma gratuita, já foi iniciada.
Os óleos canábicos estão sendo utilizados para tratar de várias doenças e distúrbios, as principais delas, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Epilepsia Refratária (EF).
O impacto da cannabis no tratamento dessas complicações é nítido. De acordo com informações da prefeitura de Búzios, cerca de 360 crianças autistas são atendidas na cidade, enquanto 82 com epilepsia também são assistidas.
“As crianças e adolescentes tratadas, a maioria fazendo uso de psicotrópicos e grande parte com uma quantidade significativa de medicamentos, hoje apresentam uma forte evolução do quadro clínico e grandes avanços na qualidade de vida” ressalta Leônidas Heringer, secretário de saúde local, em um comunicado oficial.
Pessoas com outras patologias, como Parkinson, Alzheimer e Dores Crônicas, também estão na pauta do projeto da cidade, e devem ser mais atendidas a partir da disponibilização das medicações gratuitas na rede pública.
No dia 23 de novembro de 2021, a Câmara Municipal de Búzios aprovou por unanimidade um projeto de lei para permitir a disponibilização de medicamentos à base de cannabis na cidade.
A proposta feita pelo vereador Aurélio Barros (Patriotas), garantiu que pacientes com condições tratáveis possam pegar o óleo canábico de forma gratuita no local, sempre através de uma prescrição médica.
O cenário é distinto em boa parte das cidades do estado. Enquanto algumas acompanham a evolução de Búzios no tema, outras seguem em estágio inicial.
Recentemente, a Câmara Municipal de Niterói vetou a disponibilização de produtos canábicos pela rede pública da cidade.
Em Cabo Frio, o projeto apresentado pelo vereador Felipe Monteiro (PDT), ainda está em análise. O objetivo também é a distribuição de cannabis medicinal no município.
A situação mais animadora é a de Macaé, que aprovou o uso medicinal da planta no último mês de março. A proposta, agora, segue para sanção do prefeito Welberth Resende.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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