A utilização medicinal da cannabis é conduzida por meio de uma avaliação médica rigorosa, com o uso de produtos que possuem dosagens controladas de THC (tetrahidrocanabinol), CBD (canabidiol) e outras substâncias presentes na planta, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Já a utilização recreativa da cannabis envolve o consumo por meio de fumo, vaporização e ingestão e está mais associada aos efeitos psicoativos proporcionados pela planta.
No entanto, a concentração de THC e demais canabinoides presente no produto é geralmente desconhecida, principalmente quando sua origem é incerta.
Cabe também reforçar que a utilização de cannabis de forma recreativa de origem desconhecida pode trazer riscos à saúde, podendo ter a presença de contaminantes e pesticidas que podem ser prejudiciais à saúde.
O uso recreativo da cannabis, também conhecida como maconha, tem sido cada vez mais aceito em diversas partes do mundo. Contudo, quando o seu uso recreativo está associado ao tratamento com cannabis medicinal, nos deparamos com uma situação que merece muita atenção e que exige cuidados especiais.
É importante destacar que o uso recreativo da cannabis pode afetar negativamente o tratamento com a cannabis medicinal, visto que a dosagem e a qualidade da cannabis recreativa não são controladas, o que pode levar a uma superdosagem dos canabinoides no organismo, aumentando a possibilidade de efeitos colaterais e a redução da eficácia do tratamento.
Outro ponto que vale ser ressaltado é o fato de muitas pessoas procurarem a Cannabis em “condição de uso recreativo” quando na verdade está buscando seus benefícios de cunho medicinal.
Por exemplo, pessoas que usam maconha para melhorar a qualidade do sono. Nesses casos, o uso da cannabis medicinal acabará substituindo o uso de forma recreativa e de forma muito mais interessante, já que a dose é controlada, os produtos são de origem confiável, diminui-se ou até mesmo extingue-se os efeitos colaterais da substância, além do benefício do acompanhamento por profissionais de saúde, tornando o tratamento ainda mais seguro.
Se você faz uso recreativo da maconha e quer fazer um tratamento à base de cannabis medicinal, não deixe de conversar abertamente com o seu médico. Ele poderá orientá-lo adequadamente sobre os possíveis riscos e interferências, além de ajudar a definir uma dosagem segura e adequada para você!
Participação especial neste artigo: Vitor Azevedo, enfermeiro navegador da equipe de Cuidado Coordenado da Cannect.
As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.
Marcella Tardeli
Enfermeira e Mestre pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Enfermagem em Oncologia pela Fundação Antônio Prudente. Pós-Graduação em Cuidados Paliativos e Psico-sócio-oncologia pelo Instituto Pallium Latinoamerica - Universidad del Salvador (Argentina). Aromaterapeuta pelo Instituto Harmonie. Founder da Ophicina de Cuidados Paliativos. Uma das organizadoras do livro "Cuidados Paliativos: diretrizes para melhores práticas." Gerente de Cuidado Coordenado na Cannect.
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