Dados coletados de mais de 300 mil gestantes dos EUA sugerem que o uso da planta está associado à hipertensão gestacional e ao ganho de peso
Um novo estudo publicado na revista científica Jama Internal Medicine sugere que o uso da cannabis durante a gravidez trazer riscos à saúde materna. Segundo os dados, o consumo dos derivados da planta está associado à hipertensão gestacional e outras complicações, como o descolamento prematuro da placenta e o ganho de peso.
Para obtenção dos resultados, os pesquisadores analisaram as informações de mais de 300 mil mulheres da Califórnia, nos Estados Unidos.
O objeto de partida para o estudo foi o aumento do consumo da cannabis entre gestantes estadunidenses. Estresse, depressão e enjoos causadas em decorrência da gravidez podem ser alguns sintomas tratados com a terapêutica.
Por outro lado, as pesquisam apresentam limitações, como a não diferenciação entre os usos da planta (considerando medicinal ou adulto). De acordo com o próprio artigo, os cientistas não avaliaram as concentrações de canabinoides, ou se as entrevistas fizeram o consumo oral.
Dessa forma, estudos mais aprofundados precisam ser feitos para entender qual o real impacto da cannabis em gestantes, e em seus filhos.
Leia mais: Afinal, é de boa usar cannabis na gestação?
De acordo com um estudo apresentado na FENS 2024 (Fórum da Federação Europeia de Sociedades de Neurociência), que aconteceu na Áustria, o CBD pode provocar alterações cerebrais nos fetos. Isso poderia resultar em dificuldades cognitivas na vida adulta.
Neste caso os pesquisadores observaram que o uso da substância teve relação com a diminuição da resposta sináptica dos neurônios diante de uma ação, e também da resposta inibitória. Porém, cabe destacar que essa análise foi feita com camundongos.
Já uma pesquisa divulgada em 2021 pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos apontou que as mulheres que fumam maconha têm menos chance de engravidar, em comparação com as que não usam.
Para chegar no resultado, os cientistas observaram diferença nos níveis hormonais reprodutivos entre os dois grupos.
Mas vale ressaltar as possíveis interferências na gestação por conta da cannabis ainda são inconclusivas. A quantidade de estudos deve crescer muito para que os resultados sejam mais abrangentes.
Com informações da Folha de S.Paulo
Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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