As indústrias de tabaco temem pela queda mundial na procura pelo produto e a cannabis surge como uma possível solução econômica para o Zimbábue.
Os efeitos prejudiciais causados pelo tabaco, estão cada vez mais evidentes na sociedade. Movimentos antitabagistas, foram criados, justamente, para tentar frear o consumo da substância.
Os números ainda são altos. Segundo um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), realizado em 2021, existem mais de um bilhão de fumantes no planeta.
Apesar do índice, Meanwell Gudu, diretor executivo do Conselho de Indústria e Marketing de Tabaco do Zimbábue, afirma que a produção global do composto deve cair em 15% até 2030.
Esse dado, preocupa as empresas tabagistas do país, que já pensam em alternativas para o setor.
No Zimbábue, a cannabis é vista como a principal solução para a possível queda de demanda do tabaco.
O avanço da legalização em diversos países e a quantidade de dinheiro que o mercado canábico move, foram os fatores primordiais que levaram o país a confiar nesse ramo.
O foco será a exportação de cânhamo e de produtos medicinais.
“Uma das culturas alternativas que estamos analisando é o cânhamo industrial. Queremos fazer parte de toda a cadeia da planta” disse Meanwell.
Legalizado em 2019, o cultivo da cannabis medicinal já vem sendo explorado pelo governo africano.
No último ano, cerca de 30 toneladas de cânhamo industrial foram exportadas para a Suíça, o primeiro país europeu a abrir as portas nesse comércio para o Zimbábue.
A expectativa é de um novo envio, dessa vez, de 20 toneladas.
Além disso, uma parceria com a China e a criação de um mercado local, também estão na pauta do estado.
Não será fácil substituir essa indústria no Zimbábue. Isso porque, o país é o maior exportador de tabaco do continente africano.
Atualmente, o conselho nacional tem 145 mil produtores declarados do composto. Somente no ano passado, a substância rendeu US$819 milhões para a economia local, o que evidencia a sua importância em termos de receita
Alguns países africanos estão abrindo espaço para a entrada do mercado canábico. Além do Zimbábue, Marrocos e África do Sul também demonstraram progressos significativos em prol da planta.
O primeiro, conhecido pela sua influência na produção ilícita de haxixe, avançou na legalização do cultivo de cannabis em parte do seu território.
Já o segundo, declarou a pretensão de regulamentar a indústria canábica no país, com o objetivo de criar mais empregos e gerar uma renda com esse mercado.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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