Desde que as propriedades medicinais da cannabis se popularizaram no Brasil, a planta tem se tornado cada vez mais popular. Consequentemente, também entrou para debates políticos.
O Projeto de Lei 399 de 2015, por exemplo, que prevê o cultivo no Brasil, dividiu parlamentares e criou articulações na Câmara dos Deputados.
Tanto que só foi aprovada com o desempate do relator em uma comissão especial, e ainda será votada por todos os membros da casa depois da apresentação de um recurso.
Sessões que foram tumultuadas. Na reunião de maio do ano passado, por exemplo, o deputado Diego Garcia (Podemos-PR) agrediu o, na época, presidente da comissão de cannabis, Paulo Teixeira (PT-SP).
Mas o embate político ao redor da planta ainda não acabou. Principalmente em ano de eleição, em que os políticos irão usar o tema para falar contra ou a favor.
Embora a descriminalização do uso recreativo ainda esteja distante, o mercado brasileiro espera, pelo menos, entrar em um setor medicinal e industrial menos restritivo.
Só na pandemia, mais de 33 mil pacientes passaram a usar a cannabis como tratamento para uma série de condições médicas, que vão desde ansiolíticos a medicamentos para Alzheimer e epilepsia.
Segundo um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides (BRCann), em 2021 só a farmacêutica Prati-Donaduzzi vendeu 14.553 unidades de óleo extraído da cannabis e faturou R$11,5 milhões.
Número que poderia ser muito maior. De acordo com um levantamento da empresa Kaya Mind, caso o uso no Brasil fosse menos restritivo, o número de potenciais consumidores poderia saltar para 6,9 milhões.
Os Estados Unidos lideram a corrida do chamado “Ouro Verde” com 52,8% do mercado mundial, seguido pelo Canadá (40,4%) e Reino Unido (1,8%). Outros países considerados “grandes” ainda estão regularizando o setor.
Enquanto isso, boa parte da América do Sul também trabalha no assunto, mas o Brasil vai ficando para trás.
Em ano de eleição, os políticos poderão aproveitar as suas candidaturas para defender o uso da cannabis, tanto para presidente, senador, governador ou deputado federal e estadual.
Nas eleições de 2020 para prefeito e vereador, a maioria dos estados apresentaram candidatos abertamente defensores ou contrários ao uso da planta.
Só no estado de São Paulo, por exemplo, em pelo menos cinco cidades os candidatos apresentaram a cannabis como pauta das suas candidaturas, principalmente vinculados a instituições ou movimentos.
Segundo um levantamento feito pela jornalista Cecília do Lago, ao todo foram registradas 326 candidaturas com o número 420, em referência a maconha.
Assunto que pode ser destaque também em 2022.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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