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Saúde e Ciência

Cannabis no tratamento de câncer? O que a ciência diz



09/10/2024


Atualmente há muitos estudos sobre o uso da cannabis para o tratamento de vários tipos de cânceres

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O que a ciência diz sobre o uso da cannabis no tratamento do câncer

O uso da cannabis medicinal tem crescido no Brasil. Segundo o último levantamento da Kaya Mind, mais de 430 mil pessoas utilizam derivados da planta para o tratamento de diversas condições médicas.

E de fato, a cannabis medicinal tem sido útil para vários tratamentos, como epilepsia refratária, esclerose, Fibromialgia e até Alzheimer.Um número crescente de pacientes com câncer também têm utilizado produtos à base de cannabis também. 

Porém, neste último caso, o uso da cannabis não é feito para combater e muito menos para curar a doença em si, mas sim para obter qualidade de vida. Os pacientes relatam uma melhora dos efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia.

Como por exemplo, náuseas, dor, falta de apetite e fraqueza, ajudando a diminuir o  mal-estar e a deixar o tratamento um pouco mais confortável para o paciente.

Por outro lado, há informações de que a cannabis também pode matar células cancerígenas enquanto preserva as saudáveis. Mas o que de fato a ciência diz sobre o uso da cannabis no tratamento do câncer?

O funcionamento da cannabis

Antes de tudo, é importante entender que a cannabis funciona de forma diferente dos remédios convencionais. É também por esse motivo que a planta ajuda em várias condições.

Ela  trabalha através do chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções do organismo. 

O sistema influencia várias áreas do corpo, como fome, sono, humor, Sistema Nervoso e Sistema Imunológico. Se uma pessoa está com dor, por exemplo, os chamados canabinoides são enviados para sinalizar que algo precisa ser feito.

No caso, a cannabis também possui canabinoides, que podem agir de forma semelhante aos nossos, como uma espécie de reforço. O CBD (canabidiol), por exemplo, é um canabinoide. 

No caso do câncer, um dos papéis da cannabis é manter o equilíbrio do apetite, do humor, reduzir o cansaço e da dor. O método é tão usado, que virou até um remédio aprovado nos Estados Unidos.

O chamado Dronabinol é feito com uma versão sintética do THC (tetrahidrocanabinol) e é indicado para prevenir as náuseas e vômitos, que podem ocorrer após o tratamento com medicamentos usados contra cânceres malignos.

Evidências científicas

É importante ressaltar que, embora exista uma variedade de estudos, as pesquisas sobre essa finalidade ainda estão em expansão. Ainda assim, os resultados são bastante promissores para tratar sintomas como:

Controle da dor: Evidências já têm demonstrado que a cannabis ajuda a aliviar a dor em pacientes com câncer, inclusive que não respondem a analgésicos tradicionais. 

Como por exemplo, um estudo observacional feito em Harvard, que associou o uso da cannabis a uma melhora na dor, no sono e também na função cognitiva dos pacientes.Outras duas pesquisas, uma feita em Israel e a outra no Canadá, também chegaram à mesma conclusão. 

Náuseas e vômitos: Algumas investigações também têm mostrado a eficácia do controle de náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia. Exemplo disso é uma pesquisa realizada pela Universidade do Novo México. 

A cannabis demonstrou ser eficaz no alívio de sintomas de náusea – 96% dos participantes relataram melhora, reduzindo a gravidade do sintoma em quase quatro pontos em uma escala de 0 a 10 em apenas uma hora após a utilização.

Apetite: A cannabis também é associada à melhora do apetite desses pacientes, o que pode ser consequência da melhora das náuseas e vômitos. Uma das explicações está no fato de que o Sistema Endocanabinoide também atua na ingestão alimentar e no gasto energético. Segundo um estudo publicado em 2012, o distúrbio alimentar pode ser causado pela desregulação deste sistema. 

Segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos, foram notados aumentos significativos no apetite em pacientes com anorexia, com o aumento dos hormônios da fome e a diminuição no inibidor de apetite.

Método utilizado inclusive no tratamento de portadores de HIV e câncer, para aumentar a vontade de comer.    

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O que a ciência diz sobre o uso da cannabis no tratamento do câncer

Efeitos secundários: O tratamento com a cannabis ainda vai ajudar em problemas secundários, como ansiedade, insônia, estresse e até dor neuropática.

Segundo um estudo publicado em 2022, um canabidiol sintético desenvolvido pela USP de Ribeirão Preto a cannabis pode suprimir dores neuropáticas causadas pelo placlitaxel, um quimioterápico amplamente utilizado pelo SUS para tratar vários tipos de cânceres. 

Além de promover qualidade de vida. Segundo o artigo publicado na revista Medical Cannabis and Cannabinoids, o uso de THC oral pode estar associado ao aumento do tempo de vida em mais de 9 mil pacientes que vivem de cuidados paliativos. 

A cannabis pode mesmo ter ação antitumoral?

Sim. Pesquisas feitas em laboratório e em modelos animais sugerem que os canabinoides da cannabis podem ter propriedades antitumorais, que inibem o crescimento de células cancerosas, inibindo a apoptose (morte celular programada) e até protegendo as células saudáveis. 

O assunto ainda ganhou repercussão nos EUA depois que o próprio Instituto Americano do Câncer admitiu que a planta pode matar as células cancerígenas, além de impedir o crescimento de novas células.

A posição veio depois de um estudo de dois anos em ratos com câncer, onde a princípio, foi percebido uma diminuição do tumor dos bichos. Eles receberam altas doses de THC. 

E vários artigos dizem o mesmo. 

De acordo com uma pesquisa realizada na Austrália no começo do ano, um extrato de cannabis foi capaz de diminuir as taxas de crescimento das células cancerígenas de melanoma, além de promover a morte delas. 

O mesmo foi visto em outra investigação focada no câncer de pâncreas. E outra para câncer de próstata. Houve cientistas que também testaram em casos de leucemia.

Por outro lado, é importante lembrar que os estudos ainda precisam de investigações mais profundas e consistentes.

Consulte um médico

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.

Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.