O primeiro-ministro da África do Sul, David Makhura, anunciou planos para a construção de um hub de US $3 bilhões na área do rio Vaal.
Se em outros lugares do mundo o processo de abertura para o mercado de cannabis ainda segue a passos de tartaruga, a região de Gauteng, na África do Sul, avança em grande velocidade.
Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, declarou em discurso recente que o país está avançando na regulamentação da indústria, o que vai criar empregos e gerar renda.
O primeiro-ministro anunciou que o projeto, localizado no rio Vaal, incluirá um centro de inovação de hidrogênio verde (produzido de forma limpa). Além de uma aerotrópolis (cidade construída e desenvolvida no entorno de um aeroporto), uma pista de pouso própria e um setor de fabricação de aço.
A região é conhecida pela grande concentração de minas de ouro.
Ao que parece, os poderes sul-africanos estão muito empenhados em fazer o projeto acontecer. E rápido.
Eles perceberam o avanço que o mercado de cannabis terá em um futuro bem próximo.
O projeto de lei para uso recreativo está em discussão no parlamento. Dessa vez, com um pouco mais de empenho por parte dos parlamentares.
A pauta entrou em votação em setembro de 2020, sendo adiada por conta da COVID e principalmente, pelas discussões sobre os detalhes que envolviam a lei.
O projeto dispõe que um adulto poderá ter e fazer uso de cannabis para fins recreativos. Além disso, será possível também cultivar em casa, mas com limitado número de plantas.
A ideia é aprovar e colocar essa lei em vigor já no próximo ano.
A discussão sobre a cannabis na África do Sul é interessante por várias razões.
A primeira razão é que o país poderá exportar o produto, o que significa dinheiro para um país (e um continente) que está se reestruturando enquanto potência econômica.
Geopoliticamente falando, o cenário não é tão animador.
A China investe em todo o território sul-africano. Porém, o investimento está concentrado na construção de estradas e melhoria da infraestrutura do país.
Levando em consideração que na China a pauta cannabis sequer é discutida, o investimento do país asiático neste novo mercado sul-africano não ocorrerá, (pelo menos por enquanto).
Significa também que, ao se concentrar na cannabis como um produtor econômico, a África do Sul poderá ser o primeiro país onde os recursos chineses, americanos e canadenses se reúnem e constroem uma infraestrutura sustentável.
Isso poderá ter impacto mais para a frente. Países como Israel, Alemanha e Macedônia já estão interessados no futuro mercado sul-africano. Isso se dá por ser mais barato do que cultivar internamente.
Com isso, produtores de cannabis, como Portugal, Colômbia e Grécia, terão que baixar seus preços para poder competir com o mercado da África do Sul.
Resumo da ópera: o investimento em cannabis pelo governo sul-africano pode movimentar todo o mercado de cannabis do mundo.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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