Ontem (13) a Associação AbraCannabis divulgou uma nota questionando a abordagem policial realizada na segunda na sede da instituição. A ação foi motivada por uma denúncia de uma suposta plantação ilegal.
A denúncia feita pelo deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) resultou em agentes da Delegacia de Combate às Drogas (DOCD) na casa de um dos associados, Daniel Zarur, onde também é a sede da entidade.
O paciente tem um habeas corpus de cultivo, que permite o plantio da cannabis para uso individual. Ele utiliza a cannabis para tratar dores crônicas, causadas por uma poliomielite que teve quando pequeno.
Contudo, as plantas não estavam lá, pois segundo ele, não as mantém em sua residência. O DOC também não encontrou nada suspeito.
“Minha reação foi de perplexidade, uma vez que a gente não faz nada de ilegal. Nós não comercializamos o óleo (à base de cannabis). Nosso trabalho é focado na informação dos pacientes e acompanhamento médico. Nós somos médicos que fazemos acompanhamento dos tratamentos de pacientes de cannabis. Nosso serviço é 100% voluntário, todos os acompanhamentos são feitos de forma gratuita.”, ressalta Pedro ao O Globo.
Segundo a nota publicada pela Abracannabis o que mais os incomodou foi a forma da abordagem policial violenta. As informações são que eles chegaram com fuzis e ainda ameaçaram o porteiro para que ele não avisasse pelo interfone que a polícia estava subindo.
A entidade também ressaltou que os policiais do DOCD não tinham um mandado e se recusaram a mostrar o teor da denúncia ou qualquer tipo de informação sobre a ação.
Contudo, o delegado do DOCD, Marcus Amin disse que a versão dada pela entidade é “uma tentativa de politizar a ação rotineira da polícia”.
Ele ainda acrescentou que não é necessário um mandado quando a autorização de entrada no imóvel é autorizada por escrito pela dona do apartamento.
Contudo, em entrevista ao Globo, Pedro acrescentou que quando o seu Habeas Corpus foi emitido, todas as autoridades policiais foram informadas por ofício do judiciário. Portanto, mesmo se achassem, ele tinha o direito de tê-las.
Essa não é a primeira vez que associações de cannabis são denunciadas no Rio de Janeiro. Em abril a Polícia também entrou na fazenda da Associação de Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi), para uma busca e apreensão.
Os cultivadores foram pegos de surpresa e segundo relatos, até os celulares foram apreendidos quando a equipe tentava filmar as buscas.
O mandado foi feito pela juíza local Katylene Collyer Pires, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Segundo o documento, ela pediu uma busca urgente.
A associação estava com 1.400 plantas, para ajudar cerca de 650 associados. Felizmente, no final da tarde a juíza revogou o despacho e pediu para voltar à situação anterior.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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