A educação sobre a cannabis é pauta urgente 

A educação sobre a cannabis é pauta urgente 

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A falta de informação tem dificultado o acesso de muita gente que poderia se beneficiar das suas propriedades medicinais.

Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que uma em cada 5 pessoas que fazem o uso da erva não sabem a distinção entre a cannabis para fins medicinais e para fins recreativo, o que mostra que as pessoas ainda não enxergam as propriedades medicinais da planta. 

O país é um dos principais consumidores da planta no mundo, e também o que mais fatura. Um dado que também põe em xeque o debate sobre a proibição da cannabis, não só nos EUA (país que origina a pesquisa), mas também aqui no Brasil.

Arte: Vocal Media

No dia 2 de junho de 2020, a Alerj aprovou uma lei que permite o plantio de cannabis no Estado do Rio de Janeiro por associações de cannabis medicinal. A medida havia sido vetada pelo governador Wilson Witzel, voltou para a pauta e foi aprovada por 41 votos a favor, 16 contra e 5 abstinências.

Um dos argumentos dos deputados contrários, era justamente isso, o receio da não distinção entre plantar para consumir e plantar para fazer remédio, pensamento que pode ser exemplificado na fala do deputado Paulo Teixeira, (REP) na votação que ocorreu online “As farmácias de manipulação tem a probabilidade de virar um ponto de tráfico”.

Enquanto discussões prós e contras acontecem, pacientes que encontram alívio apenas na cannabis, tem que brigar na justiça para conseguir o tratamento.

Sem contar com os gastos. No Brasil, um óleo de CBD ou THC farmacêutico não custa menos que dois salários mínimos, o que faz muita gente recorrer à óleos artesanais. Mas sem uma regulamentação, podem não ser o que parecem.

Se optam pelo plantio, é outra briga nos tribunais, que termina com uma série de restrições, com direito a visitas para saber se você realmente está usando a planta para fins medicinais.

Não dá para esperar

Talvez a parte pior de toda esta discussão e burocratização, são aqueles que não podem esperar. Como um bebê de Maceió (AL), que nasceu no começo do ano. Quando ele ainda estava no útero, desenvolveu uma má formação dos pulmões, mas graças ao óleo de canabidiol, pode nascer saudável.

Ou então, outro bebê britânico, que precisou do óleo de cannabis logo depois de nascer. Ele havia nascido sem oxigênio suficiente, o que poderia causar um dano permanente no cérebro. Em casos como este, é preciso tratar o quanto antes, a fim de reduzir ao máximo os danos.

A educação sobre a cannabis, seja aqui, nos Estados Unidos, é a principal ferramenta para o bem de todos. Não só para médicos, mas para a população em geral.

Felizmente as expectativas para os próximos anos são positivas. Se há uma década era demonizada, hoje é cultivada em países conservadores, como o Líbano. Se antes, apenas as histórias da pequena Charlotte Figi ou da Annie Fisher ganharam destaques para a pauta, atualmente mais histórias vieram à tona sobre os benefícios da cannabis.

E a tendência é aparecer mais, apesar dos preconceitos, cada vez mais brasileiros estão aderindo aos benefícios medicinais da planta. No Brasil, pelo menos 7 mil pessoas utilizam o óleo de cannabis. Quem diria que hoje teria até curso sob a erva?

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