A desobediência civil da cannabis avança sobre o negacionismo

A desobediência civil da cannabis avança sobre o negacionismo

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

No fim do ano passado e início de 2023, tentei de todas as formas provar por A + B, que está cada vez mais perto o momento em que veremos a regulamentação da cannabis no Brasil.

Confesso que até meio otimista demais, é verdade, mas ainda assim tentei ponderar com alguma razoabilidade sobre o assunto. Afinal, o Brasil é um país enorme e por mais que isso seja enriquecedor culturalmente, pode tornar os debates um pouco mais complicados.

Com tantas demandas, tantos problemas e alvos de reparação, fica difícil unir uma grande parte da população em torno de um discurso espinhoso como a maconha, para ao menos discutir de forma humana e honesta os prós e supostos contras em torno da “facilitação” de sua acessibilidade por parte de pacientes ou usuários adultos.

Esta dificuldade para comunicar os fatos importantes para tanta gente, costuma nos deixar um pouco para trás diante do debate público. Quem é contra a regulamentação, sabe por que é e não lhe falta convicção para ser, além disso, motivos para ser contra não costumam bater de frente, eles se somam e seguem adiante.

Isso permite que articulações aconteçam por baixo dos panos e a gente assista, de camarote, cenas como as que aconteceram em Sorocaba, no estado de São Paulo.

Uma votação extraordinária de forma simbólica (e completamente inconstitucional), puxada pelo prefeito Manga, foi responsável por proibir eventos e feiras relativas à cannabis, assim como a Marcha da Maconha e até matérias ou livros que fizessem referência à planta.

Esse negacionismo e reatividade diante de um tema que poderia reabilitar um país tão grande como o nosso, me deixou com a pulga atrás da orelha.

Será que estamos mesmo mais próximos de uma regulamentação?

Até que acordei cedo no último dia 17 de fevereiro. Tomei um café e como de costume, preparei pão com ovos. Comecei a trabalhar para mais uma maratona de roteiros e gravações, quando recebi a mensagem do Pedro, presidente da Santa Cannabis, informando de uma grande vitória: A Associação de Santa Catarina agora pode cultivar cannabis em solo nacional e manusear a planta para fabricar remédio para mais de 3400 pacientes em todo o país.

Uma história de quatro anos de desobediência civil, com altos e baixos, muita luta e trabalho por parte da organização de cannabis e saúde mais importante do sul do Brasil, finalmente recebeu a atenção devida das autoridades competentes, que tiveram suas mentes iluminadas e consideraram a Santa Cannabis, uma associação capaz de continuar a frente do seu projeto.

Você também consegue ver isso como um fenômeno a nível nacional? É lindo, não é?
Podem tentar frear a onda verde. Mas ela vai passar e molhar todos pelo caminho.

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