Mesmo com uma provável volta do Projeto de Lei 399 à Câmara dos Deputados, a aprovação do texto na última terça-feira (8) na Comissão Especial deixou os investidores do setor com bastante expectativas.
Isso porque além de regularizar o uso farmacológico da planta no Brasil, a proposta também visa o uso industrial do cânhamo, uma variação da cannabis bastante utilizada na fabricação de têxteis, plásticos, cosméticos, cordas e muito mais.
Foi pensando neste mercado promissor que a Forbes divulgou hoje (11) a estimativa do mercado brasileiro da planta, que de acordo com a análise da empresa Kaya Mind, pode movimentar R$ 26,1 bilhões em quatro anos.
Foto: Canopy Growth
O levantamento também mostra que uma legislação sobre o tema poderia gerar 117 mil empregos e R$8 bilhões em impostos.
A consultoria de dados se baseou nas taxas cobradas no Brasil, onde 30% do valor arrecadado com produtos farmacêuticos poderiam virar imposto; 6,7% da agricultura e uma taxa superior a 40% de taxas para o uso adulto.
O relatório também levantou o número de pacientes que poderão ser beneficiados diretamente com a regulamentação. Considerando o uso cada vez mais comum para uma variedade de comorbidades como epilepsia, Alzheimer e dores crônicas, um total de 6 milhões de vidas poderiam ser impactadas.
Segundo Maria Eugênia Riscala, CEO da Kaya Mind, o número de solicitações para a importação e renovação das licenças cresceu 2.009% desde que foi aprovada em 2015.
Só nos primeiros quatro meses de 2021, foram registrados mais de 8.920 pedidos. Contudo, com preços altos, é inacessível para boa parte da população.
Muitos brasileiros acabam recorrendo à judicialização, para obter a cannabis medicinal pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelos convênios médicos e até o plantio individual.
Contudo o cálculo foi feito visando todas as formas de uso, inclusive o uso adulto. Opção que não está prevista no projeto de lei em andamento.
Mesmo descartando o uso recreativo,a proposta 399 só foi aprovada em uma votação apertada, que precisou ser desempatada pelo relator do projeto Luciano Ducci (PSB-PR). Mesmo assim, a oposição diz que vai recorrer. O que só mostra que o uso adulto ainda é uma realidade distante.
Contudo, segundo a CEO da empresa à Forbes, é otimista em relação aos números. “De todo modo, a exploração internacional também é recente, e grande parte dos marcos regulatórios que fizeram começar a girar a roda do mercado legal pegaram tração rumo a seu potencial absoluto agora.”
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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