As mulheres também têm um grande papel no desenvolvimento social da cannabis. Listamos 14 histórias para você conhecer
As propriedades da cannabis têm crescido de forma considerável no Brasil e no mundo. Parte desses avanços se deu pela luta de mulheres, que são mães, cientistas, empreendedoras e médicas que decidiram se dedicar à planta.
E como hoje é o Dia da Mulher, não devemos deixar de lembrar de várias delas que já fizeram e ainda fazem história no universo canábico.
Abaixo você vai conhecer 14 mulheres e um coletivo de mulheres que mudam o cenário em que vivem.
A neurocientista e pesquisadora Dra Allyn Howlett foi uma das precursoras do Sistema Endocanabinoide. Trata-se do sistema do organismo por onde a cannabis trabalha.
Na verdade, ela descobriu um receptor chamado CB1, que interage com o THC (tetrahidrocanabinol), que causa o famoso “barato” da maconha.
Logo depois, sua equipe também descobriria o receptor CB2, ligado ao CBD (canabidiol), e mais tarde essa descoberta tornou-se o que hoje é o Sistema Endocanabinoide.
A cientista e professora de farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Alline Campos, é fascinada pela neuroplasticidade e já estudava o tema há um tempo.
Depois que ela entrou no Centro de Canabinoides da Universidade, ficou encarregada de investigar as funções ansiolíticas do CBD. Ela viu que a substância ajudava a criar a metaplasticidade.
Que no caso é a criação de novas plasticidades em cima das outras. Embora o tema seja novidade pra muita gente, ela diz muito sobre como o nosso cérebro processa a aprendizagem e absorve as lembranças.
No ano passado, a Forbes divulgou uma lista de 50 mulheres mais influentes da Europa, Oriente Médio e África. Entre elas está Louisa Mojela, mais conhecida como “Rainha da Cannabis” na África do Sul.
Além de possuir uma fazenda de cannabis, ela também fundou em 2018 a Bophelo BioScience & Wellness, uma startup de cannabis medicinal.
Ela também se tornou uma referência por ser uma das idealizadoras do Whipold, uma plataforma de investimento feita apenas por mulheres e voltada ao empoderamento de mulheres negras.
A família da empreendedora Corina era bem simples, ela era vendedora em um shopping aqui no Brasil e o seu marido trabalhava em uma loja de informática.
No começo dos anos 2000, eles se mudaram para os Estados Unidos com os três filhos pequenos em busca do “Sonho Americano”. A expectativa era juntar dinheiro para voltar ao Brasil.
Contudo, hoje a família mora no estado do Oregon e já acumula um valor de US$25 milhões em vendas de produtos feitos com a cannabis. Inclusive, com exportações para o Brasil.
Ana, a filha mais nova, também teve a ideia de lançar um cigarro de CBD para quem quer parar de fumar. O produto também foi um sucesso, maior até que a USA Hemp.
A empreendedora desenvolve calcinhas absorventes feitas de cânhamo, chamada Floyou. Uma alternativa ainda mais ecológica que as calcinhas menstruais tradicionais.
Por dentro do assunto, Rodrigues conta que além da disponibilização de serviços básicos de higiene pessoal é necessário se aproximar dessas mulheres e tentar mudar a realidade delas como um todo.
CEO e fundadora da Dr. Cannabis, Viviane Sedola foi uma das pioneiras no mercado canábico do país e ajudava pacientes a encontrarem profissionais para a prescrição de cannabis.
Hoje, com a fusão da empresa com a Cannect, a Dr. Cannabis tornou-se uma vertical de educação, com cursos, eventos e palestras sobre o assunto.
CEO e cofundadora da Empresa Kaya Mind, desde 2020 ela trabalha com análise estratégica de dados relacionados ao setor da cannabis.
Trata-se da primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis, do cânhamo e de seus periféricos.
Hoje ela atua diretamente no atendimento e prospecção de clientes e parceiros comerciais, além de ser a administradora financeira da operação.
A psiquiatra Eliane Nunes, que além de ser psicanalista infantil é também é diretora da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis: SBEC e uma das primeiras prescritoras do Brasil.
Hoje, a médica psiquiatra é uma grande influência sobre o assunto e está constantemente aparecendo nos meios de comunicação.
É claro que não poderíamos deixar de falar de uma mulher que incentivou a criação de uma lei sobre a importação de cannabis no Brasil.
A cannabis para crises convulsivas só ganhou visibilidade no país depois da história da pequena Anny Fisher, que usou o canabidiol para uma doença rara de desordem genética, chamada CDKL5 em 2013.
A história de Anny ganhou repercussão depois do documentário Ilegal, que mostrou a luta da sua mãe Katiele com a importação dos Estados Unidos, onde a cannabis era vendida como suplemento alimentar.
Em uma das importações, a cannabis ficou retida na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Katiele teve que recorrer na justiça pelo direito de importar.
Foi depois da história da menina, que na época tinha 5 anos, que a cannabis começou a ser vista com outros olhos no Brasil. A sua história também rendeu a aprovação da resolução de importação de produtos à base de cannabis no país.
Várias associações e coletivos têm se desdobrado para garantir o acesso ao remédio e até ao habeas corpus, que dá o direito de plantar de forma legal.
Um deles é o projeto Mães e Mulheres Jardineiras (MMJ), que auxilia mães e mulheres de baixa renda a terem autonomia para fabricar o seu medicamento ou dos seus filhos, além de capacitá-las para ajudar outras mulheres.
O projeto fez tanto sucesso nesse primeiro ano, que ganhou destaque nacional. Resultando no primeiro prêmio Troféu Carlini de Solidariedade.
Não poderíamos deixar de falar também sobre as mulheres que fundaram associações para ajudar pais e pacientes a ter acesso ao tratamento com a cannabis medicinal.
Como por exemplo, a Marilene Oliveira, que criou a associação AbraRio em Niterói, no Rio de Janeiro. Depois que o seu filho com Síndrome de Rasmussen melhorou com a cannabis, ela passou a auxiliar outras famílias a obter o óleo da planta.
Além de ajudar os associados, a entidade já forneceu o óleo até o município de Búzios, que aprovou um projeto de lei sobre a distribuição de cannabis, mas ainda não tinha comprado os produtos por questões técnicas.
Outra mãe que também abriu uma entidade no Rio de Janeiro, foi a Margarette Brito, que criou a Apepi. Outra associação que tem transformado a vida de muitos pacientes.
Hoje a associação pode cultivar legalmente a cannabis e produzir os extratos em uma área de 600 mil metros e tem a capacidade de atender até 1.400 famílias.
Enquanto a cannabis ainda é um tabu para o cristianismo brasileiro, a organização de freiras Sisters Of The Valley vende por ano US$1,1 milhão (aproximadamente R$5,6 milhões) em produtos à base de cannabis.
Apesar de serem conhecidas como “freiras da maconha” e se vestirem como tal, elas explicam que não têm filiação com a religião, mas são o que chamam de “revivalistas das beguinas”, mulheres independentes que vieram antes das freiras católicas.
A matéria prima vem da própria plantação no quintal ou de fazendas autenticadas ao redor. O cultivo é feito uma vez ao ano e os lotes são produzidos a cada lua nova.
Desde 2019 três mães se juntaram para criar um coletivo, chamado “Mães Independentes”, que cultivam a planta de forma legal em seus quintais e depois se reúnem para extrair o óleo.
Todas são da periferia de Pernambuco e cada uma tem um filho especial. Elas vieram de várias associações e não querem um lobby farmacêutico. Muito menos depender de alguma uma entidade, mas plantar e poder fazer o próprio remédio dos seus filhos.
E aí, tem mais alguém que você lembrou que não está aqui?
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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