10 Coisas que você não sabia sobre a cannabis

 10 Coisas que você não sabia sobre a cannabis

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Teste os seus conhecimentos, será que você já sabia alguma dessas curiosidades sobre a planta?

Apesar de usada há milhares de anos, as descobertas científicas sobre a cannabis são relativamente recentes, e ainda estão acontecendo. Ao redor do mundo, vários centros de pesquisa estudam novos elementos da planta para as mais diversas aplicações.

Hoje, ela é usada em remédios, comidas, no esporte e até na indústria, para a fabricação de têxteis e construção. Mas será que você sabia alguma dessas 10 informações sobre a cannabis?

10. O Brasil é o país que mais tem estudos sobre canabidiol

Embora a planta ainda seja bastante estigmatizada no país, os estudos sobre ela acontecem desde a década de 1970. O laboratório de Zuardi, da USP de Ribeirão Preto, foi o primeiro do mundo a demonstrar os efeitos calmantes do canabidiol e também antipsicóticos. E fazem pesquisas até hoje.

Atualmente, o maior número de estudos sobre o canabidiol em específico vem das universidades públicas do país, principalmente de um Centro de Pesquisa criado apenas para isso na USP de Ribeirão Preto.

9.  Animais também podem usar cannabis

O Sistema Endocanabinoide, por onde a cannabis age no nosso organismo, está presente em todos os vertebrados, tanto animais quanto humanos. Por isso, a cannabis pode ser de grande ajuda para a maioria das condições dos animais

Vale lembrar que para tratar o seu animalzinho é importante consultar um veterinário, pois eles não gostam do efeito do THC e podem passar mal. 

8. Os componentes da cannabis são mais potentes juntos que separados

Se você já pesquisou sobre o óleo de cannabis, já deve ter reparado que existem vários  tipos de extratos, certo? 

 Os mais comuns são com os canabinoides isolados ou então  full-spectrum, que além da mistura dos canabinoides também possuem outros componentes da planta, como terpenos e flavonoides.

No segundo caso, esses extratos são desejados por vários motivos. Do ponto de vista experimental, eles afetam o sabor e o aroma do perfil da planta. Na visão terapêutica e medicinal, eles oferecem benefícios completos do efeito entourage.

O sistema é complexo e ainda pouco estudado, mas foi descoberto que a junção dos compostos proporciona a interação das moléculas e potencializa o seu efeito, além de mudar a maneira como ela age.

7. A cannabis pode ser usada até no cabelo 

Junto aos vaporizadores, tinturas e comestíveis de CBD, a indústria começou a vender também uma variedade de sabonetes com infusão de canabinoides, shampoos e outros produtos para o cabelo, que prometem benefícios que variam desde brilho à alívios da perda de fios.

Mas isso não é puro marketing. Os folículos capilares fazem parte da pele, geralmente é um órgão esquecido por muitos, apesar de ser o maior órgão do corpo. 

A pele desenvolve proteção contra fatores externos, mas também é um orgânico em funcionamento, com redes neuronais e respostas imunes.

Por isso, os folículos capilares têm um sistema de sinalização encocanabinoide que gerencia o crescimento do cabelo de maneira negativa ou positiva. Isso significa que os canabinoides internos e externos podem afetar a atividade dos folículos capilares.

6. A cannabis pode ser uma aliada na dependência química

Embora pareça controverso, estudos já demonstram que alguns canabinoides, como o canabidiol, podem ser úteis contra o vício de várias substâncias, inclusive a maconha

O nosso cérebro funciona com um sistema de recompensa, onde estão concentrados os estímulos de prazer. Estes, por sua vez, são responsáveis por mandar as sensações para o resto do corpo.

As drogas têm a capacidade de causar uma influência gigante nesta área, e o uso contínuo faz o corpo querer cada vez mais, perdendo o interesse em outros prazeres ou funções, como comer.

Quando os canabinoides da cannabis entram no nosso corpo e interagem com os nossos, juntos podem recuperar o equilíbrio, fazendo as coisas voltarem ao normal. Ele vai reduzindo gradativamente a compulsão pelos efeitos químicos, porque auxilia na regularização dos neurotransmissores.

5. A cannabis pode ser ainda mais benéfica para a terceira idade

Muitos entusiastas da cannabis de todas as idades descobriram as vantagens de se exercitar após o consumo e que geralmente os resultados são agradáveis.

Pelo menos é o que diz um estudo, que analisou americanos na terceira idade e descobriu que os consumidores de cannabis são mais hábeis em exercícios regulares do que os não consumidores.

Imagem: Fotolia

Os resultados foram publicados na edição de julho de 2020 do American Journal of Health Behavior. Os dados sugerem que os usuários de cannabis com mais de 60 se exercitam com mais frequência e têm um índice de massa corporal mais baixo do que os cidadãos mais velhos que não consomem.

No Brasil, outras pesquisas feitas também trazem destaque para os benefícios da cannabis no Alzheimer até nas conexões neurais dos mais velhos. 

4. Raphael Mechoulam não foi o primeiro a fazer experimentos com a cannabis

Talvez todos conheçam o israelense Raphael Mechoulam, hoje considerado pai da cannabis. Ele ficou conhecido por isolar alguns canabinoides da planta e testar os seus efeitos separadamente para entender a interação com o corpo humano.

No entanto, a planta milenar já tinha sido estudada há mais de 100 anos, com os seus resultados publicados em um jornal científico.

Há 172 anos, um médico irlandês com pouco mais de 20 anos já escrevia um artigo científico sobre as propriedades da cannabis no alívio das dores e no tratamento de convulsões.

3. A Cannabis pode salvar as abelhas

Cerca de 2% das abelhas selvagens são responsáveis pela polinização de 80% do cultivo mundial, a extinção delas provocaria uma dificuldade enorme em produzir comida para o mundo inteiro.

Por isso, elas são estritamente necessárias para o ecossistema, não só para os humanos, mas também para os animais, que também precisam de frutas e vegetais para sobreviver.

Foi com o pensamento em um meio de salvar estes insetos que pesquisadores poloneses da Universidade Maria Curie-Skłodowska disseram ter descoberto uma maneira de proteger as abelhas de pesticidas.

Nas pessoas, a cannabis age diretamente no Sistema Nervoso Central a nível celular, e serve como uma espécie de proteção para as células nervosas. Por isso, os pesquisadores resolveram testar esta funcionalidade nos insetos também.

A conclusão foi a de que o extrato da planta prolongou a vida das abelhas expostas ao agrotóxico. Elas estavam durando o mesmo tempo de vida que abelhas que nunca haviam tido contato com as substâncias. 

Sem contar que embora a cannabis não tenha cores vivas, as abelhas também são bastante atraídas pela planta por causa da quantidade de pólen. 

2. O CBN pode confundir os testes de drogas

Já falamos aqui que o Canabinol (CBN) pode ser o próximo canabinoide emergente do mercado.

Suas propriedades medicinais estão concentradas, sobretudo no combate à insônia e ansiedade. Embora considerado um canabinoide pequeno, pode auxiliar em tratamentos de algumas doenças, desde infecções causadas por bactérias até inflamações graves.

Contudo, um estudo americano mostrou que esta molécula presente na Cannabis pode indicar a presença de THC no organismo, mesmo sem a pessoa ter fumado nenhum grama de maconha. 

Isso acontece porque quando a planta está mais velha, o THC é transformado em CBN, então quanto mais a cannabis é antiga, mais quantidade de canabinol aparece.

O CBN é criado quando o tetraidrocanabinol é aquecido e exposto ao oxigênio. Isso pode acontecer através da luz solar ou outro método. Consequentemente há uma quebra das moléculas do THC.

1. É possível ter alergia à cannabis

 Como todas as plantas que se pode encontrar na natureza, a cannabis também pode provocar alergia em algumas pessoas.

Nos últimos anos, o número de estudos sobre casos de alergias associadas à cannabis tem aumentado. O crescimento é uma consequência natural da popularização do uso da cannabis com o objetivos medicinais ou sociais. 

Pelo menos é o que indica o doutor alergista e professor americano da Universidade do Colorado nos Estados Unidos, William Silvers, em um estudo chamado “A experiência de um alergista do Colorado com a legalização da cannabis”.

 

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