Uso de cannabis cresce exponencialmente durante quarentena

Uso de cannabis cresce exponencialmente durante quarentena

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Diante da pandemia de COVID-19 o setor está faturando até 159% do que ganhava antes.

Hoje a cannabis é geneticamente desenvolvida para dar resultados específicos, como aumento do apetite, do sono, vontade de rir, controlar a ansiedade, tratar epilepsia e por aí vai. Esta facilidade trouxe um mercado altamente rentável.

Em 2019 o negócio de cannabis estava avaliado em 17,7 bilhões de dólares, mas conseguiu exceder o valor, chegando a 18 bi. Um relatório de fevereiro deste ano da Grand View Research, prevê que o comércio da planta pode valer até $73 bilhões em 2027, mesmo com a crise do Coronavírus.

Um fato interessante, pois diferente de vários setores, o mercado de cannabis não caiu com a pandemia, mas aumentou. O crescimento aconteceu em países onde a erva é legalizada e principalmente nos Estados Unidos, que faturou mais da metade dos ganhos mundiais da planta só no ano passado.

E a tendência é só aumentar nesta quarentena, principalmente depois que as lojas de cannabis foram classificadas como essenciais. Só na Califórnia, as vendas aumentaram 159% em relação ao ano passado. Outros dois estados relataram crescimento, com uma porcentagem de 100% em Washington e até no Colorado,o estado considerado como  conservador teve um aumento de 46%.

Uma das justificativas deste fenômeno, segundo Emma Spivey, fundadora da Her Royal Hempress, é que as pessoas utilizam a cannabis para aliviar o stress causado por esse período turbulento em que o mundo se encontra. “A pandemia validou o que muitos amantes regulares de Cannabis conhecem há anos: esta planta de cura é essencial.” Relatou em entrevista ao HuffPost.

Perfil dos consumidores

Uma pesquisa da Headest, empresa que analisa dados do mercado de cannabis, mostrou que o consumo aumentou entre mulheres da geração Z, isto é, jovens que nasceram na década de 1990 e no início de 200. O crescimento foi de 31,7%, o dobro do aumento entre os homens.

Mas não foi apenas entre os jovens, a geração X, adultos que nasceram em meados da década de 1960 e 1970, também cresceu em 34,5%.

Outro fato curioso é que os consumidores americanos estão apostando em cannabis na sua forma comestível, uma vez que a preocupação com os pulmões por conta do COVID-19 tem crescido. Segundo a Weedmaps, o aumento da cannabis na forma comestível foi de 18%, enquanto flores e plantas caíram 21%.

Mas o consumo não está apenas no uso recreativo, segundo o relatório da Grand Veiw Research, o maior conhecimento da cannabis no tratamento de diversas doenças, além da regularizações em muitos países como no Brasil, mostram que o uso medicinal toma 71% do mercado canábico, principalmente para dores crônicas.

Futuro Incerto

Apesar de um aumento neste momento, não há como prever se o mercado vai se manter estável. Um dos motivos são os estoques: como em tantos outros setores, o comprometimento da produção, pode afetar a demanda e consequentemente, trará um custo maior.

Segundo é a ausência de compradores. Influentes sobre o negócio de cannabis sempre alertam para não se acomodar aos consumidores frequentes, mas também naqueles que usam esporadicamente. Muitas vezes são turistas ou pessoas que tem um “dinheiro sobrando”. Com a crise de Coronavírus, esse público tende a se esvair.

 

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas