O estudo feito em ratos, mostrou como três tipos das substâncias encontradas na cannabis podem influenciar em dores neuropáticas.
Segundo um estudo recente feito por pesquisadores do Departamento de Farmacologia da Universidade da Flórida, os terpenos podem interagir de maneira única com o cérebro e reduzir dores crônicas.
As substâncias encontradas na cannabis e também na natureza, são moléculas responsáveis pelo sabor, pela cor e pelo cheiro das plantas.
Já era constatado que dentro do organismo, os terpenos poderiam ajudar a relaxar e auxiliar no efeito entourage, mas as suas propriedades ainda são exploradas.
Ação no cérebro
Assim como os canabinoides, o estudo feito em ratos mostrou que os terpenos podem interagir com os receptores CB1 e CB2 do cérebro. Trata-se de um sistema que ajuda a equilibrar a maioria das funções do organismo, como sono, humor e fome.
De acordo com o estudo, a interação dos terpenos chamados a-terpineol, γ-terpineno e B-cariofileno podem auxiliar na redução de dores neuropáticas, que nada mais são que dores crônicas causadas por danos nos nervos.
Na cannabis, o a-terpineol trás o cheiro amadeirado. Já o y-terpineno, um cheiro mais cítrico, e o B-cariofileno, um aroma picante e apimentado.
Mais do que o esperado
Na pesquisa, eles foram bastante eficazes nos sintomas neuropáticos, como sensibilidade extrema e hiperalgesia térmica.
Contudo, os cientistas da universidade da Flórida também notaram outros benefícios . O a-terpineol, por exemplo, nem precisou interagir com os receptores para ter efeitos positivos.
Embora outras pesquisas já mostraram que as substâncias focadas no CB2 não provoquem alívio imediato ou a diminuição da temperatura corporal, o terpeno B-cariofileno provou o contrário, com resultados instantâneos.
O estudo sugere que através das novas descobertas, é possível que os terpenos sirvam para a fabricação de medicamentos com altas doses da substância.
