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Angústia do fim do ano e a cannabis Angústia do fim do ano e a cannabis

Angústia do fim do ano e a cannabis

Angústia do fim do ano e a cannabis

Sabe aquela sensação de cansaço, desespero e ansiedade que é muito frequente no fim do ano, especialmente entre novembro e dezembro? Acredite, esse fenômeno não acontece só com você e tem até um nome: “dezembrite” ou “angústia do fim do ano”.

Apesar de ser um conceito não abordado na psicologia, na psiquiatria ou na psicanálise, trata-se de sentimentos e sintomas reais associados a essa fase do do ano, que ocorrem, principalmente, devido à pressão emocional, mental e física comum nesse período, com compromissos excessivos, cobranças pessoais e reflexões sobre metas.

O final do ano gera muitos desafios tanto profissionais quanto pessoais. É um momento que conta com um aumento expressivo de demandas no trabalho, com muitas confraternizações… Tudo isso gera uma desordem intensa na agenda e rotina e exige um pico de produtividade.

E as consequências? Sobrecarga emocional e física, com aumento da sensação de cansaço e fadiga, desenvolvimento ou piora de sintomas como estresse e ansiedade, irritabilidade, insônia e até depressão.

Em indivíduos que já são portadores de algum transtorno de saúde mental, isso pode ser exacerbado, gerando um descontrole intenso nos sintomas – com crises de pânico e ansiedade.

Esses estressores acabam causando uma desregulação no nosso Sistema Endocanabinoide, o que traz um desbalanço no nosso equilíbrio físico, cognitivo e emocional.

O CBD(canabidiol), com seu efeito ansiolítico e relaxante, podem auxiliar no controle emocional, promovendo uma melhora no estresse e na ansiedade, propiciando um estado de calma e relaxamento, com mais foco, energia e disposição, além de melhorar também a qualidade do sono.

Já o THC(tetrahidrocanabinol), em doses controladas, pode contribuir muito no manejo das dores e desconfortos no geral e na promoção do bem-estar.

Os fitocanabinoides vão auxiliar o corpo a retornar para um estado de equilíbrio, balanceando a produção e liberação dos neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar e possibilitando que os sistemas orgânicos trabalhem de forma mais organizada, com menos estresse e inflamação.

Apesar de o fim do ano ser uma época, no geral, feliz, não é fácil lidar com toda essa pressão e o turbilhão de sentimentos que ela desperta e que podem, inclusive, desencadear gatilhos e traumas em muitas pessoas. 

Mas a cannabis pode ser a solução para vivenciar esse período de forma mais tranquila e equilibrada, trazendo o bom-humor e a leveza que essa época precisa.

https://cannalize.com.br/angustia-do-fim-do-ano-e-a-cannabis/ Evitar a dor é evitar a vida A importância de se permitir sentir

A importância de se permitir sentir

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A importância de se permitir sentir
Foto: Arquivo Pessoal

Eu costumava ser uma pessoa do tipo “não adianta chorar pelo leite derramado”. Se apareceu um problema, seja forte! Levante a cabeça, enfrente, resolva!

É de se imaginar que ali não havia muito espaço para sentir.

Sofri com a angústia e a ansiedade de tentar aniquilar sentimentos como tristeza e raiva por anos, até recentemente descobrir que chorar pelo leite derramado adianta, sim.

Com muito custo, entendi que está tudo bem e que é necessário sentir tristeza e raiva, assim como frustração, impotência, medo, culpa. É gostoso? Não. Mas faz parte.

Fibromialgia e comportamento de evitação

Bom, mas o que tudo isso tem a ver com a fibromialgia? 

No contexto da dor crônica, é comum falarmos em “comportamento de evitação”. Ele diz respeito ao fato de as pessoas que sentem dor persistente passarem a evitar movimentos, atividades ou situações que acreditam que possam aumentar sua dor e, consequentemente, seu sofrimento.

Mas isso não acontece somente na dimensão física. É na dimensão psicológica, aliás, que começa a ficar mais perigoso.

A evitação psicológica envolve tentar suprimir ou ignorar emoções, pensamentos ou lembranças que são percebidos como difíceis de lidar. Na prática, a pessoa pode tentar “não sentir sentimentos negativos”; evitar falar, confrontar ou processar o sofrimento emocional associado à dor; ignorar ou minimizar a importância dessas emoções; ou tentar racionalizar a dor emocional a fim de não senti-la em sua totalidade.

Porém, emoções e sensações existem para serem sentidas e, fugindo delas, além de virarmos bombas-relógio, prestes a explodir, nos desconectamos de nós mesmos e passamos a evitar não só a dor, mas também a vida.

Aprendendo a dar lugar para a dor

Venho acompanhando a jornada da minha irmã com um quadro de dor crônica recente, que surgiu nos últimos 2 anos, e tenho aprendido muito.

Ela também é uma grande adepta da cannabis e, em uma de nossas últimas conversas, acompanhadas pelos efeitos relaxantes e reveladores do canabidiol e do THC, falamos sobre a importância de dar espaço para o sofrimento.

Assim como eu, ela também tem dificuldade para sentir. Na verdade, essa é uma questão bastante presente no nosso sistema familiar.

Conversamos sobre a beleza de chorar pelo leite derramado. Choramos juntas a morte de nossa avó. Ela me disse que, através desse luto, constatou a realidade de que chorar não resolve o problema, mas e daí? Não é para isso que choramos. Choramos, e ponto. Porque sentimos. Porque estamos vivos. Porque somos humanos.

Reprimir (ou tentar) a dor e as emoções é um trabalho mental exaustivo e infértil. Em vez de investir tempo com hábitos que nos nutrem, gastamos a pouca energia que nos resta tentando nos afastar de algo que não pode ser controlado.

Esse é um dos temas, inclusive, que trabalhei muito na Terapia de Aceitação e Compromisso, uma abordagem dentro da linha cognitivo-comportamental das mais recomendadas em situações de dor crônica.

O mais incrível de tudo isso é que, apesar de um pouco contra intuitivo, quando abrimos espaço para sentir a dor, ela perde um pouco da sua força.

Prevenir, pois remediar não é possível

Em Setembro Amarelo, damos visibilidade aos transtornos de saúde mental e conscientizamos sobre a prevenção do suicídio. Pessoas com fibromialgia podem ter risco até 10,5 vezes maior de morte por suicídio do que a população geral, e 3,3 vezes maior do que outros pacientes com dor crônica (ver referências).

Esse é meu tema de estudo no pós-doutorado e tenho me impressionado bastante com os dados que venho me deparando. A fibromialgia não é apenas uma síndrome complexa, é acima de tudo um quadro de saúde delicado que pode levar a consequências drásticas, quando não acolhida e encaminhada de forma correta.

Sentir é importante, mas precisamos de rede, de suporte. De alguém que possa olhar no fundo dos nossos olhos e dizer: eu acredito em você. Eu vejo você. Muitas vezes, precisamos também de apoio profissional para “aprender a sentir”.

Nesse mês, que possamos reconhecer e validar sofrimentos invisíveis e cuidar das fundações para que a vida continue a fluir – sem esquecer que saúde mental tem a ver com fisiologia, mas também com a cultura que estamos imersos, condição social e racial. Assim, que lutemos por acesso a cuidado e tratamento psicológico e psiquiátrico para todos.

Ofereça ajuda, quando puder. Procure ajuda, quando precisar. Setembro Amarelo é sobre todos nós.

Referências:

  • Dreyer L et al. Mortality in a cohort of Danish patients with fibromyalgia: increased frequency of suicide. Arthritis & Rheumatology. 2010;62(10):3101–3108.
  • Wolfe F et al. Mortality in fibromyalgia: a study of 8,186 patients over thirty-five years. Arthritis Care Res (Hoboken). 2011;63(1):94-101.

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