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A decisão não é um aval para o uso de flores cannabis. Contudo, poderá fomentar a discussão sobre a reinclusão das inflorescências na lista de produtos importados

Anvisa adiciona flores de cannabis na farmacopeia brasileira
Na última terça-feira (19) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a publicação da sétima edição da farmacopeia brasileira e incluiu as flores de cannabis.
Trata-se de uma espécie de guia que serve para a produção de medicamentos no país. Ou seja, um documento que determina as diretrizes para a fabricação e estabelece padrões de qualidade de produtos farmacológicos.
A decisão não é um aval para o uso individual de flores cannabis. A forma de uso ainda é proibida, embora descriminalizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com o diretor médico da Cannect, Rafael Pessoa, a inclusão da cannabis na farmacopeia vai facilitar o debate sobre uma possível reinclusão das inflorescências.
Além disso, pode ampliar o acesso seguro e regulamentado no país aos pacientes que teriam alguma indicação clínica desta forma farmacêutica.
Em julho do ano passado, a Anvisa publicou uma nota técnica que proibiu a importação da cannabis in natura. Importação que era feita através da resolução 660.
A justificativa da agência está no que ela considerou um “alto grau de risco de desvio para fins ilícitos e a vigência dos tratados internacionais de controle de drogas dos quais o Brasil é signatário”.
Consulte um médico
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.
https://cannalize.com.br/anvisa-adiciona-flores-de-cannabis-na-farmacopeia-brasileira/ Estudo encontra relação entre cannabis e necromancia
Os pesquisadores da UFMG encontraram referências à cannabis na Pen Ts’ao Ching, a farmacopeia chinesa mais antiga do mundo.

Adaptado do High Times
Um artigo recente publicado no final de setembro no European Journal for Chemistry explora o uso histórico da cannabis e a sua versatilidade, inclusive nos mais diversos rituais religiosos.
Intitulado “Das antigas relíquias asiáticas à contemporaneidade: uma revisão dos aspectos históricos e químicos da Cannabis”, pesquisadores brasileiros do Departamento de Produtos Farmacêuticos da Universidade Federal de Minas Gerais, dissecaram o uso da planta através dos séculos, pelas mais diversas civilizações.
“Neste artigo, é apresentada uma revisão do contexto do uso da Cannabis e do seu lugar na história mundial, desde as antigas relíquias da Mesopotâmia, medicina tradicional chinesa e ayurvédica, até ao raciocínio por detrás do isolamento e elucidação estrutural de três fitocanabinóides e da propagação de Cannabis em todo o mundo”, diz o resumo do artigo.
Os pesquisadores encontraram referências à cannabis na Pen Ts’ao Ching, a farmacopeia chinesa mais antiga do mundo, que foi originalmente compilada no século I, mas remonta a 2.700 aC.
Conforme traduzido pelos pesquisadores, “O Ma-fen (‘fruto’ da cannabis) combinada com ginseng ajudava os necromantes chineses a alcançar poderes premonitórios e a iluminação do ser.” Também se acreditava que a cannabis, se ingerida em excesso, “pode fazer com que o usuário veja demônios.”
Além da necromancia chinesa, o uso da cannabis pelas suas propriedades enteogênicas foi visto na Índia por volta de 1.000 a.C. O cânhamo é descrito nos antigos textos religiosos hindus, os Vedas, como uma das cinco plantas sagradas: “…acreditava-se que surgia de uma gota de amrita (néctar sagrado) que caiu do céu sobre a terra e foi capaz de trazer alegria e liberdade a quem o utilizou”, explicam os pesquisadores. Na época, as variações mais comuns de cannabis eram bhang, ganja e charas.
A cannabis era frequentemente usada para celebrar eventos como o festival Holi e Durga Puja. “Entendemos que a maconha é tão significativa e respeitada para essas pessoas quanto o vinho da comunhão ou a hóstia sagrada é para os cristãos”, acrescentaram os pesquisadores.
“Para suas outras facetas, a medicina ayurvédica utilizou a Cannabis praticamente como uma panaceia: como analgésico, antiespasmódico, anticonvulsivante, antiinflamatório, afrodisíaco e anafrodisíaco, estimulante do apetite, tratamento de doenças do trato feminino, abortivo, indutor do parto, entre diversas outras aplicações .”
Os benefícios e o uso generalizado da cannabis e de outros medicamentos fitoterápicos e o conhecimento nestas culturas foram demonizados pela Igreja Católica durante a Idade Média, e as suas propriedades foram “escondidas e omitidas” em territórios europeus.
Os pesquisadores do jornal afirmaram que o uso “hedonista” de cannabis e outros entorpecentes em meados e finais do século 20 foi perpetuado por “movimentos culturais e até religiosos, como o jazz, o blues, o movimento hippie, o rastafari, a recuperação da literatura do passado século, e o rock’n roll, estrelado por artistas famosos como Bob Marley, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Beatles e The Doors, cujas obras influenciaram a cultura popular até hoje.”
“A cannabis é talvez uma das maiores controvérsias da humanidade contemporânea”, conclui o artigo. Apesar dos contratempos da proibição, a investigação moderna está no bom caminho para recuperar o tempo perdido, com a utilização da planta tanto como substância psicadélica para fins médicos ou recreativos, como também com a sua utilização continuada como alimento e têxtil.
https://cannalize.com.br/pesquisadores-brasileiros-encontram-relacao-entre-cannabis-e-necromancia/