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Dronabinol pode ajudar a tratar Alzheimer, segundo estudo Dronabinol pode ajudar a tratar Alzheimer, segundo estudo

O remédio feito com uma molécula sintética da cannabis foi bastante útil para tratar a agitação de pacientes com Alzheimer

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Dronabinol pode ajudar a tratar Alzheimer, segundo estudo

Um estudo recente descobriu que o Dronabinol, uma versão sintética do THC (Tetrahidrocanabinol), pode ser a chave para reduzir eficazmente a agitação em pacientes com Alzheimer.

Apresentado na conferência da Associação Internacional de Psicogeriatria realizada em Buenos Aires, Argentina, o estudo revela que o dronabinol pode reduzir os sintomas de agitação em uma média de 30%, oferecendo uma alternativa promissora aos tratamentos atuais, informou Earth.com.

Compreendendo a agitação no Alzheimer

O Alzheimer é a doença neurodegenerativa mais comum no mundo e afeta milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade. Os especialistas prevêem que o número aumente ainda mais.

Um dos sintomas mais difíceis do Alzheimer é a agitação, que afeta cerca de 40% dos pacientes. Pode incluir movimentos excessivos, explosões verbais e agressão física.

“A agitação é um dos sintomas mais angustiantes do Alzheimer e estamos satisfeitos por fazer progressos positivos no tratamento destes pacientes”, disse o Dr. Paul Rosenberg, professor da Universidade Johns Hopkins e co-investigador principal do estudo.

Examinando o tratamento

Os tratamentos atuais para a agitação geralmente incluem antipsicóticos, que podem causar efeitos colaterais graves, como delírio e convulsões.

Para este ensaio clínico, os pesquisadores recrutaram 75 pacientes com agitação grave devido ao Alzheimer em cinco centros diferentes, incluindo 35 pacientes internados no Hospital Johns Hopkins entre março de 2017 e maio de 2024.

Para serem elegíveis para o estudo, os participantes deveriam apresentar sintomas significativos de agitação. por pelo menos duas semanas.

Os pesquisadores distribuíram aleatoriamente os participantes para receber cinco miligramas de dronabinol em forma de comprimido ou placebo, duas vezes ao dia, durante três semanas.

Após o período de tratamento, aqueles que tomaram dronabinol apresentaram uma redução notável nos sintomas de agitação, com pontuações na Escala de Agitação de Pittsburgh (PAS) diminuindo de uma média de 9,68 para 7,26, o que representa uma diminuição de 30%.

Em contraste, o grupo placebo não apresentou alterações.

Impacto nos cuidadores

A agitação não afeta apenas os pacientes, mas também exerce uma enorme pressão sobre os seus cuidadores, muitas vezes resultando em visitas às urgências e internamentos em instituições de cuidados de longa duração.

Brent Forester, presidente do Departamento de Psiquiatria do Tufts Medical Center e co-investigador principal do estudo, explicou: “É a agitação, e não a perda de memória, que normalmente leva os indivíduos com demência ao departamento de emergência e cuidados de longo prazo.”

Ele acrescentou que o dronabinol poderia reduzir os custos de saúde e melhorar o bem-estar dos cuidadores.

Texto traduzido do portal El Planteo

Consulte um médico

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.

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Maciene morreu em agosto do ano passado, mas superou as expectativas dos médicos e teve qualidade de vida durante todo o tratamento

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‘A cannabis a deixou mais forte’, diz irmão de paciente com câncer terminal
Foto: Arquivo Pessoal

Quando Elidiel Barroso, de 32 anos, descobriu que a sua irmã, Maciene Barroso, estava com câncer em estágio avançado, não mediu esforços para poder ajudá-la da forma que podia. Conhecendo os benefícios da cannabis, passou a fazer ele mesmo o óleo para enviar para ela. 

Sem outro tipo de tratamento que pudesse ajudar, a auxiliar de cozinha conseguiu viver mais de um ano com um câncer no intestino e metástase na barriga. O chá e o óleo feitos da planta, ajudavam a conter os enjoos, a fraqueza e até as dores. 

Segundo o professor de química, foi a cannabis que trouxe qualidade de vida para que a sua irmã vivesse tanto tempo em cuidados paliativos. “Foi a cannabis que a ajudou a comer,  a dormir e a manter o organismo forte”, diz.

Descobrindo um câncer

Ambos os irmãos nasceram no Pará e foram para o Maranhão juntos. Porém, com o passar dos anos, cada um foi para um lado. Enquanto Elidiel foi para o voltou para o Pará e depois foi morar em Manaus, no Amazonas, Maciene se mudou para Palmas, no Tocantins. 

E a irmã tinha uma vida bem corrida. Por trabalhar em um restaurante, ficava até tarde da noite e muitas vezes, só ia dormir no outro dia. Por isso, quando veio o diagnóstico, a doença já estava avançada. 

Tratava-se de um câncer de intestino adenocarcinoma metastático. A doença também já tinha invadido o retroperitônio, uma região da barriga que protege os órgãos internos. Problema que causava dores insuportáveis à medida que o câncer crescia. 

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Em 2019, a auxiliar de cozinha ainda fez uma cirurgia para retirar o tumor primário. Contudo, um mês depois, houve complicações  internas e ela precisou de duas novas intervenções. 

Após tudo isso, Maciente até começou a fazer quimioterapia. Mas quatro anos depois, quando os médicos perceberam que a condição já estava avançada demais, a mandaram para casa para viver o resto dos seus dias. Mal sabiam eles que ela ainda viveria por mais de um ano.

Tratamento com cannabis

Elidiel soube das propriedades da cannabis de maneira bastante inusitada. Mesmo antes da irmã ficar doente, ele passou a trabalhar em uma aldeia indígena, que fica no Maranhão. Lá, a cannabis é uma planta comum da aldeia.  

 “À princípio, eu pensei: é droga!  Aquele tradicionalismo que a gente já conhece. Mas depois fui estudando as propriedades e disse não, isso aqui está errado, é diferente. (…) Eu vi recém-nascido tomando óleo, chá para cólica, pra criança que fica chorando muito, eles dão também o cházinho”, lembra.

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‘A cannabis a deixou mais forte’, diz irmão de paciente com câncer terminal
Foto: Arquivo Pessoal

O professor de química se interessou pela prática e começou a pesquisar mais sobre o assunto. Até fez o curso da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) sobre o cultivo e extração. 

Quando a irmã ficou doente, o químico ainda pediu para que a médica prescrevesse um produto nacional ou importado. Mas nunca conseguiu.  Por isso, ele mesmo se dispôs a fazer o óleo com as plantas da aldeia maranhense.

“A médica sempre apresentou aquela resistência, em dar a receita. Inclusive, nunca deu. A minha irmã faleceu no ano passado e a médica nunca chegou a dar  a receita”, lembra Elidiel. 

Cannabis para câncer?

Atualmente, muitos pacientes com câncer têm usado a cannabis medicinal. Não para tratar a doença em si, mas para amenizar os efeitos colaterais causados pela quimioterapia. Náuseas, vômitos e cansaço são alguns dos sintomas que podem ser aliviados com a planta

Em alguns países como os Estados Unidos e Canadá, há até um medicamento específico feito com canabinoides sintéticos. O chamado Dronabinol é vendido para tratar esclerose múltipla e também para auxiliar nos efeitos colaterais do câncer. 

Sem contar que também existem estudos que demonstram que a cannabis pode matar células cancerígenas ao mesmo tempo que mantém células saudáveis. Como por exemplo, um estudo realizado na Austrália. 

As substâncias presentes na cannabis foram capazes de diminuir as taxas de crescimento das células cancerígenas de melanoma, além de promover a morte delas. 

Tratamento eficaz de várias formas diferentes

A princípio, a cannabis foi utilizada para tratar os efeitos colaterais do tratamento. Elidiel conta que a cada sessão de quimioterapia, a irmã ficava sete dias com enjoos. Tudo o que comia botava para fora e com isso, ficou fraca e emagreceu muito. 

Foi então que o irmão começou a extração do óleo das plantas da aldeia para fazer o óleo e enviar para Maciene. 

“Quando ela começou a tomar o óleo, passou a dormir e reduziu a crise de ansiedade. Aí ela começou a acordar com muita fome. Ela engordou 18 quilos tomando o óleo. Aí toda vez eu dava pra ela, não deixava passar.  Ela começou a fazer os tratamentos e a reagir bem, pois o óleo reduzia os efeitos colaterais da quimio.” Relata o irmão.

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E o óleo tinha uma alta concentração de THC (tetrahidrocanabinol), substância que gera o famoso “barato” da maconha. Apesar dos efeitos na mente, o chamado canabinoide possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. 

O professor de química conta que também dava o chá da cannabis, que segundo ele, ajudava e muito a conter os enjoos. Enquanto o chá ajudava no bem-estar, o óleo aumentava o apetite, a disposição e até a amenizava as dores.

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‘A cannabis a deixou mais forte’, diz irmão de paciente com câncer terminal
Foto: Arquivo Pessoal

Elidiel lembra que a irmã chegou a tomar morfina para aliviar as dores constantes. Chegou a usar até 130 miligramas por dose. Mas apenas com a combinação do óleo, as dores passavam e ela conseguia dormir.  

“Ela chegou a fumar também para dor. Teve momentos de crise de dor que ela teve, que foi necessário. Ela não sabia tragar e eu assoprava a fumaça dentro do saco e botava para ela respirar.  Isso amenizava mais a dor dela.”, lembra.

Lentidão no avanço da doença

Com a doença em estágio avançado, toda a família já esperava uma notícia ruim. Depois de um tempo, até os médicos perceberam que não havia mais um tratamento efetivo e a enviaram para casa.

Mas Maciene viveu mais do que o esperado. Parecia que a cannabis estava aumentando a sua sobrevida. 

“A gente notou uma lentidão no desenvolvimento da lesão dela, até porque já era muito grande. Depois que ela começou a tomar o óleo, a gente notou também que ela sempre tinha melhoras nos resultados dos exames hepáticos.”Lembra o irmão. 

E a sua percepção não é única. De acordo com um estudo divulgado em março deste ano,  o uso de cannabis pode estar associado à longevidade em pacientes paliativos com câncer avançado. 

A pesquisa feita na Alemanha, ainda mostrou que houve uma melhora na qualidade de vida. Parece que o uso diário de 5 mg de THC oral pode estar associado ao aumento do tempo de vida em mais de 9 mil pacientes.

Leia mais sobre isso: THC pode estar ligado a longevidade em pacientes com câncer

Infelizmente, Maciene faleceu em agosto do ano passado anos 37 nos devido ao avanço da doença. Mas Elidiel não se arrepende de todos os esforços que fez para poder ajudá-la. 

Hoje, até Elidiel toma o óleo de cannabis. Ele utiliza tanto para ajudar no seu TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção) quanto para insônia. Também incentivou vários familiares e amigos a começar o tratamento.

“Até hoje eu acho inacreditável os efeitos, o que acontece. Até hoje eu ainda faço o óleo, inclusive, eu acompanho algumas pessoas com autismo, Parkinson, Alzheimer e principalmente autismo e depressão. E a melhora é muito expressiva. E muito rápida”, conta.

Ele ainda continua utilizando a cannabis direto da aldeia e até ensinou outras maneiras de fazer a extração para aproveitar ainda mais as propriedades medicinais da planta. 

Atualmente, o professor de química está em uma seleção de mestrado no Amazonas para estudar os efeitos anti-inflamatórios de alguns canabinoides da cannabis, como o THC, o CBG e o CBN.

https://cannalize.com.br/cancer-terminal-cannabis-tratamento/ O caso do jogador da NFL multado por se tratar com cannabis O caso do jogador da NFL multado por se tratar com cannabis

Randy Gregory foi multado em mais de R$500 mil por causa do seu tratamento. Agora, p jogador  está processanto tanto a NFL quanto o seu time

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O caso do jogador da NFL multado por se tratar com cannabis
(Foto de Thearon W. Henderson/Getty Images)

Randy Gregory, jogador da NFL (sigla em inglês para a Liga Nacional de Futebol Americano), está processando a liga e seu ex-time, o Denver Broncos, por suposta discriminação.

O atleta foi multado em mais de meio milhão de dólares por um teste positivo para THC (tetrahidrocanabinol), que ele afirma ser para uso medicinal.  O composto é conhecido por causar os efeitos psicoativos da maconha

Gregory entrou com uma ação em um tribunal nos EUA na semana passada, afirmando que a liga e os Broncos violaram a Lei Antidiscriminação do Colorado ao penalizá-lo por usar o medicamento de cannabis.

Aprovado pelo FDA, uma espécie de Anvisa do país, o Dronabinol é usado pelo jogador para tratar ansiedade, TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) e dor.

Multa sobre o salário

Embora a NFL e o sindicato de jogadores tenham concordado em acabar com a prática de suspender atletas por causa de maconha ou outras drogas  em 2020, a liga continuou multando os jogadores por testes positivos de THC.

Do primeiro ao terceiro teste positivo, a multa é de meia semana de salário; um quarto e cada teste positivo subsequente são puníveis com multa igual a três semanas de salário.

“Assim, se o Sr. Gregory tomar seu medicamento conforme prescrito, ele será multado em 75% do seu salário e ganhará apenas  25%”, diz o processo judicial, relatado anteriormente pela NBC News.

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Desde o momento em que a NFL rejeitou seu pedido de acomodação para o uso do medicamento em maio de 2023, ele pagou US$ 532.500 em multas.

“Gregory tem direito à proteção total das leis antidiscriminação. A NFL e os Broncos ignoraram a lei do estado do Colorado e se recusaram a se envolver, de boa fé, no processo interativo com o Sr. Gregory”, diz o processo.

É uma violação que a NFL e os Broncos penalizem financeiramente o Sr. Gregory por consumir Dronabinol prescrito para tratar suas deficiências, ao mesmo tempo que se beneficia de seu emprego contínuo. A NFL e os Broncos não estão acima da lei.”

Alternativa aos opioides

Os advogados do jogador também apontaram que o remédio à base de cannabis é uma alternativa aos opioides e benzodiazepínicos que estão repletos de efeitos colaterais significativos e problemas de dependência.

A própria NFL se comprometeu em investigar se o CBD (canabidiol) pode servir como uma alternativa eficaz aos opiáceos, além de explorar o potencial terapêutico da substâmcoa para o tratamento da dor e neuroproteção contra concussões.

Um comissário da NFL e do sindicato dos jogadores da liga até apresentou uma prévia do plano de financiamento para os estudos em junho de 2022 , enfatizando o forte interesse entre os jogadores e outras partes interessadas.

O comitê conjunto NFL-NFLPA também realizou dois fóruns informativos sobre CBD em 2020.

Processo continua

Mas apesar de o dronabinol ser legal tanto em nível estadual quanto federal como um medicamento aprovado pela FDA, a liga não conseguiu uma isenção à sua regra de THC.

Fato que levou o jogador a registrar primeiro uma acusação de discriminação junto à Divisão de Direitos Civis do Colorado antes mesmo do processo.

“Ele tem direito a indenização, incluindo o reembolso das multas monetárias que o Sr. Gregory foi obrigado a pagar. Incluindo juros em toda a extensão permitida por lei em um valor a ser determinado no julgamento”, diz o processo. “Senhor. Gregory tem direito a indenização e reparação em toda a extensão permitida por lei, em valor a ser determinado no julgamento.”

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Texto traduzido e adaptado do portal Marijuana Moment

https://cannalize.com.br/randy-gregory-nfl-multa-futebol-americano-dronabinol/