Sandra Cogswell foi condenada por oito acusações de administração de substância nociva, e uma de comportamento vergonhoso.
Uma integrante do exército canadense foi acusada de distribuir comestíveis a base de cannabis aos outros soldados durante um treinamento com fogo real e foi considerada culpada por um juiz militar.
A integrante do exército Sandra Cogswell foi condenada por oito acusações de manusear uma substância nociva, além de uma acusação de comportamento vergonhoso.
O caso dela marca a primeira vez no Canadá que um soldado foi considerado culpado de fornecer cannabis a colegas sem seu consentimento, pois ela supostamente dividiu cupcakes com infusão de cannabis para atiradores em exercício de fogo real.
De acordo com a comandante Sandra Sukstorf, a juíza que preside a corte marcial, chamou o comportamento de Cogswell de “chocantemente inaceitável” e que suas ações poderiam ter causado a morte de seus colegas.
Cogswell, que serviu nas forças armadas canadenses desde 2011, estava trabalhando na cantina durante o “Exercício Artilheiro Comum” de várias semanas em uma base militar em Gagetown, New Brunswick, em julho de 2018, como parte do treinamento de oficiais da Royal Canadian Artillery School .
Através de um depoimento em vídeo, Cogswell disse à polícia militar que ela fazia cupcakes de chocolate para seus colegas soldados, mas negou ter adicionado qualquer substância relacionada à planta cannabis.
Apesar de se pronunciar perante as autoridades, durante o julgamento, o tribunal militar ouviu que cinco soldados no exercício de fogo real testaram positivo para tetrahidrocanabinol (THC).
A embalagem de um dos cupcakes também indicava a presença dessa substância intoxicante da cannabis.
Além disso, foi relatado também detalhes preocupantes da reação dos soldados aos cupcakes.
Um detonou os fusíveis dos explosivos de maneira incorreta, outro carregou uma arma incorretamente e um artilheiro caminhou na frente de um ônibus.
Um soldado quase bateu com seu caminhão militar e outros disseram que tiveram ataques e risos.
As acusações de negligência em prejuízo da boa ordem e disciplina foram retiradas antes do início do julgamento.
Na última semana, Sukstorf rejeitou um pedido da equipe jurídica de Cogswell para absolvê-la das acusações, que a defesa alertou que se baseavam em evidências “extremamente circunstanciais”.
Mas Sukstorf citou inconsistências nas declarações que Cogswell deu à polícia e o fato de que a acusada não apenas fazia os cupcakes, mas também tinha acesso à maconha medicinal na época, que ela usava como sonífero.
O Canadá legalizou a maconha para uso recreativo em outubro de 2018, três meses depois que Cogswell foi acusada de fazer os cupcakes.
De acordo com o código penal do Canadá , Cogswell pode pegar no máximo cinco anos de prisão e “demissão com vergonha” dos militares de acordo com a Lei de Defesa Nacional.
Cogswell deve voltar ao tribunal para ser sentenciado em 16 de novembro deste ano.
Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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