Luana Lôpo (31) tem fibromialgia e mesmo com as dores, não a impediu de conhecer mais de 20 países e 14 estados brasileiros sozinha. Ela ainda tem um blog em que compartilha as suas experiências pelo mundo, chamado Viagem e Cura.
Segundo a baiana, as viagens são parte do seu tratamento.
Lôpo conta que foi diagnosticada com a condição em 2016, onde a sua vida mudou radicalmente.
A Fibromialgia é uma doença crônica e sem cura e que afeta, pelo menos, cinco milhões de brasileiros. Ela é caracterizada principalmente por dores fortes por todo o corpo, além de outros sintomas.
Por muitas vezes, ela está relacionada a fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse. Outras vezes, pode ser ocasionada por fatores do sistema nervoso.
Por ser uma doença pouco compreendida, pessoas que possuem fibromialgia acabam sofrendo preconceito e com Luana Lôpo não foi diferente.
Ela conta que perdeu inúmeros amigos que achavam que ela reclamava demais e não entendiam o que ela estava sentindo.
“As pessoas falam que eu não tenho nada, que é hipocondria, que eu procuro doença, que se eu fizer x,y,z eu vou melhorar e que se eu não melhorou é porque eu não quero. Que é preguiça, que eu sou folgada, que eu sou chata porque não posso fazer nada e reclamo”, destaca.
Lôpo começou a viajar bem nova. Aos quatro anos, já voava de avião desacompanhada, sem contar com viagens de família que eram bastante frequentes.
Há 10 anos ela começou uma trajetória de viagens solo. E até agora, já percorreu 14 estados do país e mais de 20 países.
Para ela, as viagens são uma espécie de terapia que ajuda no seu tratamento. “Eu preciso tentar VIVER e fazer algo que me dê prazer, fazer coisas que aumentem minha dopamina e minha serotonina que já são tão afetadas pela síndrome. Fazer atividades lúdicas e prazerosas faz parte do meu tratamento”,escreveu em um dos seus textos.
Os parentes e amigos sempre pediam para que ela compartilhasse as viagens. Ela passou a contar sobre tudo em seu instagram. Não demorou muito para que novos seguidores começassem a aparecer.
Luana Lôpo percebeu que isso poderia ajudar outras pessoas, e investiu nisso. Foi nessa fase mais “profissional” que o blog Viagem e Cura nasceu.
A baiana dedica parte do seu tempo para dar dicas de viagens, principalmente para pessoas com doenças crônicas. “O pessoal se identifica”, ressalta.
Contudo, a fibromialgia atrapalhou até essa parte da sua vida. Nos últimos meses, ela teve uma piora das dores causadas pela condição que a deixou parada por um tempo. Sem alimentar as redes, ela perdeu 20 mil seguidores no Instagram.
O seu contato com a cannabis foi um tanto quanto curiosa. Luana Lopo trabalha no Tribunal de Justiça e em 2018, uma das ações, era sobre o fornecimento de canabidiol. “Era um processo para uma outra doença, mas eu me identifiquei”, ressalta.
A baiana que passou três anos com crise, conta que viajou para comprar o produto fora do país e faz isso até hoje. “A melhora foi incrível”, diz.
A cannabis serve de tratamento para uma série de condições médicas. Segundo um levantamento feito pela empresa de inteligência Kaya Mind, os médicos brasileiros prescreveram a planta para o tratamento de pelo menos 44 especialidades diferentes.
Isso porque ela funciona através do chamado Sistema Endocanabinoide, que ajuda a manter o equilíbrio do corpo. Se uma pessoa está com febre, por exemplo, o sistema envia os chamados canabinoides até os receptores espalhados pelo organismo para regular a temperatura.
Felizmente, algumas plantas também têm canabinoides, que podem servir de reforço aos nossos. Como a cannabis.
Não é de hoje que a cannabis serve para aliviar as dores, há séculos boticários já indicavam a planta, para muitos tipos de dores.
Nos Estados Unidos, a cannabis está ficando tão popular para combater a condição, que virou até produto. Uma empresa americana desenvolveu um adesivo para fibromialgia feito de cannabis.
Por isso, depois da sua experiência com a cannabis, a baiana indicou o óleo para a sua mãe, Rosa Cristina (54). Ela também possui fibromialgia, além de lúpus, uma doença autoimune que pode afetar todo o corpo.
“A princípio ela foi resistente, não queria usar de jeito nenhum. Mas depois que viu os meus resultados, começou a usar”, ressalta.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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