A mãe de um garoto que sofre convulsões intensas, diz que está abalada com a resposta da primeira ministra ao apelo de seu filho para disponibilizar remédios para seu irmão.
No mês passado, Dean Gray, de 13 anos, o irmão mais velho de um garoto epiléptico chamado Murray Gray, ganhou destaques nas manchetes depois de escrever uma carta à Primeira Ministra da Escócia Nicola Sturgeon, pedindo ajuda para melhorar o acesso dos pacientes à cannabis medicinal.
O garoto que escreveu, agora recebeu uma resposta decepcionante de Nicola Sturgeon sobre o assunto.
O motivo da carta escrita é que seu irmão de 8 anos vive com um tipo raro de epilepsia, chamada Síndrome de Doose, que costuma causar centenas de convulsões todos os dias.
Além disso, a mãe de Murray disse que seu medicamento anticonvulsivo a prescrito pelo National Health Service (NHS), serviço de saúde britânico, causou efeitos colaterais graves no menino.
Contudo, desde que começou a usar o medicamento à base de cannabis, comprado com receita privada na Holanda, o garoto não tem mais convulsões há dois anos. E permanece sem efeitos colaterais.
O medicamento não é muito barato, sem contar com a prescrição médica. A família Gray paga cerca de 1.300 euros por mês pela receita particular.
De acordo com a BBC, a mãe de Murray e Dean, Karen Gray, ficou muito triste com a resposta da Primeira Ministra, que afirma que o medicamento deve ser comprovado como seguro antes de ser disponibilizado no NHS.
Após a legalização da cannabis medicinal em novembro de 2018, apenas três produtos à base de cannabis foram licenciados pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA).
O Epidiolex, um medicamento à base de canabidiol (CBD) que pode ser útil em algumas formas de epilepsia. É também a única cannabis medicinal que atualmente pode ser prescrita pelo NHS na Escócia.
Mesmo que a Sra. Gray diga que o Epidiolex foi eficaz no início para a redução das convulsões de Murray, chegou um momento que ele parou de funcionar.
Provavelmente isso aconteceu porque o produto não contém THC, o canabinoide mais comum produzido pela planta de cannabis.
Apesar das esperanças de que a Sra. Sturgeon ajudaria a família, e outras pessoas a ter acesso ao medicamento de maneira mais fácil, eles ficaram desapontados com o conteúdo da resposta da Sra. Sturgeon.
Em sua carta, a Sra. Sturgeon escreveu:
“Para que os médicos tomem decisões sobre quais medicamentos prescrever para seus pacientes, eles precisam saber se os medicamentos que estão prescrevendo são seguros para uso. Para prescrever medicamentos como os que Murray atualmente toma no NHS na Escócia (o que significa que serão dispensados de graça), precisamos de evidências mais fortes sobre sua segurança e uso do que temos atualmente.”
Atualmente, médicos especialistas do NHS que tratam crianças com epilepsia e condições médicas semelhantes não estão confiantes em prescrever óleos de cannabis até que haja melhores evidências disponíveis após um ensaio clínico.”
Infelizmente nem todos os países têm políticas semelhantes a alguns estados dos EUA que já usam a cannabis medicinal como opção de tratamento para condições como a epilepsia.
Referência
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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