Depois de mais de dois anos, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), uma espécie de “Anvisa” do país, autorizou o primeiro produto à base da planta para fins medicinais nesta semana.
Quem deu a notícia foi a empresa Tilary, que será responsável pela produção. Em entrevista a um jornal local, a diretora geral da empresa é otimista, e já visa mais aprovações.
Há mais de dois anos o país autorizou o uso medicinal da cannabis para o tratamento de várias condições, como dores crônicas, esclerose múltipla e até para AIDS.
Desde o começo de 2020 a Inframed tinha dado autorização para cinco empresas cultivarem até 120 hectares de cannabis para fins medicinais no país.
As empresas também tinham o aval para importar e exportar. No entanto, até o início de 2021, nenhum produto havia sido aprovado ainda.
Sem acesso ao medicamento no país, pacientes que precisavam da planta precisavam recorrer a outros meios.
Óleos de canabidiol (CBD), por exemplo, eram vendidos no mercado negro, pois sem uma autorização, eram ilegais.
Uma das opções encontrada pelas famílias, era utilizar suplementos alimentares derivados da cannabis como forma de tratamento, por exemplo. Estes são aprovados pela agência.
Suplementos que não são baratos, há opções de até 200 euros. O que ainda torna o produto inacessível para uma parte dos portugueses.
O cultivo no país é permitido, mas ainda não havia nenhuma produção nacional para fins medicinais.
No entanto, as plantações para o uso industrial em solo português já eram praticadas. No ano passado, o governo ainda fez uma alteração com regras mais claras sobre o cultivo.
E a o cultivo medicinal também. Uma só empresa canadense, por exemplo, produziu aproximadamente três toneladas de flores de cannabis com alto teor de THC no país.
O tetra-tetraidrocanabinol (THC) é o componente da cannabis que gera os efeitos psicotrópicos da maconha.
Plantadas ao ar livre, a previsão da gigante canadense Flowr Corporation é de 500 toneladas ao ano.
Contraditoriamente, plantas destinadas ao uso medicinal.
A Inframed havia fechado um acordo pioneiro com o grupo empresarial Holigen, para produzir e exportar remédios à base de cannabis ainda em 2018.
A dimensão do projeto fez com que Portugal fosse a maior produtora de cannabis medicinal ao ar livre da Europa.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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