Mesmo que ironicamente, venho repetindo que 2023 é o ano da regulamentação, mas no fundo tenho razões para acreditar em grandes mudanças para os próximos anos.

Depois que entrei para a bancada de dois podcasts dedicados ao assunto e descobri as maravilhas desta bendita planta na minha rotina, passei a dedicar todos os dias da minha vida para estudar sobre a cannabis e a conjuntura necessária para que pudéssemos ver uma regulamentação justa para todos.
Por isso, não posso negar de forma alguma, fiquei animado com o que comecei a ver em 2023: um cenário que nunca foi tão favorável à nossa causa.
O atual governo possui em sua lista de ministros, algumas peças chave que encabeçaram por algum momento os discursos pró-cannabis em ambientes de importância ao cenário nacional.
Paulo Teixeira, o novo Ministro do Desenvolvimento Agrário, foi o presidente da comissão especial da câmara de deputados que aprovou o PL-399/15. O projeto que regulamenta o uso medicinal e industrial da cannabis e que, no entanto, ficou emperrado nas mãos de Arthur Lira, presidente da câmara.
Na saúde também vimos avanços com a nova ministra Nísia Trindade, presidenta da Fiocruz, que em evento organizado pela Apepi no Rio de Janeiro em 2018, apoiou o cultivo de cannabis em solo brasileiro para a pesquisa de medicamentos.
Atualmente temos notícias de vários estados e municípios brasileiros que já discutiram e implementaram leis e normas que lhes cabiam.
Alie isso a pressão internacional dos nossos maiores vizinhos, que já regulamentaram o cultivo pelo menos para fins medicinais e nós teremos as engrenagens que faltam para embarcar em um front por uma regulamentação justa e adequada a nível federal, que gere empregos, gire a economia e equilibre algumas contas do SUS, enquanto nosso país investe em educação e segurança.
Cabe a nós da sociedade civil, entendermos o momento de fazer com que o novo governo escute nossas demandas, teremos uma grande oportunidade.
Sem esquecer, é claro, que o processo pela descriminalização segue com o STF.
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