Pesquisador de cannabis descobre que o pai também fazia estudos sobre a planta

Pesquisador de cannabis descobre que o pai também fazia estudos sobre a planta

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O biólogo perdeu a figura paterna durante a pandemia de Covid-19. Mas só descobriu há pouco tempo que o pai também investigava a cannabis

Pesquisador de cannabis descobre que o pai também fazia estudos sobre a planta
Foto: Arquivo PessoalO biólogo João Pedro Goulart, de 26 anos, faz pesquisas com cannabis para o tratamento de dores crônicas na mesma universidade que seu pai. Mal sabia ele que, antes de morrer, o seu velho também estava investigando as propriedades medicinais da planta.

Hoje, poucos anos depois, o pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia, não está envolvido na mesma pesquisa que seu pai, mas com certeza, seguiu o seu legado.

“Meu pai mostrava para mim a amplitude do laboratório e o que aquilo poderia proporcionar. Eu o tinha como exemplo. São muitas vidas que ele impactou e isso é motivação para mim”, diz.

Um legado durante a pandemia

Durante a pandemia de Covid-19, Luiz Ricardo Goulart investigou a cannabis para o tratamento do coronavírus. Essa foi a sua última pesquisa antes de vir a falecer com a mesma doença que era fonte dos seus estudos. 

Investigações que não eram infundadas. Não são poucas as pesquisas que mostram algumas evidências dos efeitos da planta para o tratamento da condição. 

No ano passado, por exemplo, pesquisadores da Universidade do Oregon, nos EUA,  apresentaram informações sobre o uso de produtos naturais, incluindo cânhamo, para tratar o Covid-19.

A apresentação aconteceu quase um ano após a publicação de um estudo que descobriu que os compostos da cannabis podem prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2 vírus em células humanas.

Outra pesquisa publicada no International Journal of Molecular Sciences, os pesquisadores examinaram a ação antiviral do CBD (Canabidiol) contra o Coronavírus, além de avaliar a substância como agente de prevenção.

De acordo com o artigo, parece que o canabidiol reduz as proteínas responsáveis pela entrada do vírus no organismo, além de impedir a sua replicação. Com relação aos efeitos terapêuticos, a conclusão foi a de que a substância foi capaz de limitar os sintomas de estresse pós-traumático e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Continuando um legado

João Pedro foi o único dos três irmãos que seguiu a profissão do pai. Gostava da natureza, neurociência e do laboratório. Mas assim que o seu pai morreu, parece que o brilho da profissão se perdeu. 

“Foi uma fase bem difícil. Estava incrédulo, desmotivado, pensei em sair e trabalhar em empresa, pensei até em telemarketing”, diz.

Foi então que o pesquisador foi convidado para trabalhar em um projeto de cannabis medicinal. Ainda estava desanimado, mas o tema já tinha lhe chamado atenção antes, então resolveu aceitar.

Pesquisador de cannabis descobre que o pai também fazia estudos sobre a planta
Foto: Arquivo Pessoal

A princípio, a sua pesquisa de mestrado era direcionada para entender os efeitos da cannabis para o Alzheimer, mas, no começo do ano, o seu projeto mudou para dores crônicas. E logo mais, será testada em cães que já sofrem com dores.

Foi só depois que começou a estudar a planta, que descobriu que o seu pai também estava fazendo pesquisas com a cannabis antes de morrer. Soube por sua orientadora, que também estava no projeto.

Projeto que foi concluído e patenteado. Contudo, Luiz Ricardo Goulart não conseguiu ver os resultados, pois já estava hospitalizado. “Eu fiquei muito feliz em saber que ele já estava estudando ela (a planta),preencheu  o meu  peito. Para mim é meio que continuar a trajetória dele, criando a minha de certa forma”, conclui.

Consulte um profissional

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