Foram apenas três dias para a cannabis fazer mais por Paulo Renato Bottaro, de 34 anos, do que anos com remédios convencionais.
Ele teve um acidente de carro em 2010 em que partiu a sua medula ao meio. Além da paralisia na parte inferior do corpo, o agora paratleta precisou conviver doze anos com dores e espasmos.
Contudo, isso não o impediu de dedicar a sua vida ao surf adaptado e pretende entrar na seleção nacional ainda neste ano.
Há mais de 10 anos Paulo sofreu um acidente automobilístico que levou a uma lesão medular completa, ou seja, destruiu as suas funções motoras e sensitivas do tórax para baixo.
Mas ele não está sozinho. No ano passado, o número de acidentes no trânsito foi superior a 64 mil. Isso só falando em acidentes em rodovias.
De acordo com os dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de feridos graves foi de 17.601 pessoas, além de mais de um terço dos acidentes que resultaram em mortes.
Mesmo após passar por cirurgia, Paulo Renato Bottaro só movimenta os braços e a parte de cima do corpo e por isso, precisa usar uma cadeira de rodas.
Para ajudar na recuperação, ele passou a frequentar o centro de reabilitação Sarah Kubitschek, no Rio de Janeiro.
Na época, ainda morando no Rio Grande do Sul, Paulo tinha o desejo de conhecer as famosas praias de uma das cidades mais famosas do Brasil. “Queria ir muito na praia lá para ocupar a cabeça”, lembra.
Foi então que ele conheceu a ONG Adaptsurf, uma instituição que auxilia pessoas com limitações a terem um contato maior com a natureza e até com o surf.
A princípio, ele apenas queria saber como era um surf adaptado, mas gostou da experiência e passou a praticar todas as vezes que ia para o Rio.
Ele chegou a competir algumas vezes, mas não tinha a oportunidade de surfar sempre por causa da distância. Por isso, com muito esforço, ele se mudou para Garopaba, em Santa Catarina, a fim de poder praticar o parasurf sempre que quisesse.
O paratleta só passou a utilizar a terapia à base de cannabis quando foi morar em Santa Catarina. Ainda convivendo com as dores, ele encontrou uma clínica canábica na região, chamada Well Green Brasil.
Assim como no surf, ele ficou curioso. Até então, ele só utilizava a cannabis com fins recreativos, mas viu na opção uma forma de ter uma qualidade de vida melhor.
“A gente quer voltar o mais normal possível e os médicos me passaram vários remédios para dor, para retenção fisiológicas, espasmos, e isso estava acabando com o meu estômago”, ressaltou.
A princípio, Paulo só queria entender qual seria o valor do produto, mas acabou levando o tratamento completo.
A cannabis não é barata. Um frasco de 30 ml de CBD (Canabidiol) pode chegar a um valor de até R$3 mil. Embora existam opções mais em conta, ajustar um óleo para a condição médica pode levar tempo e precisa de acompanhamento.
Mas ele não precisou pagar. “Eu contei sobre a dor, mas não falei sobre o esporte. Eles bancaram as agendamento?utm_source=cannalize&utm_medium=textoancora&utm_campaign=agendamento” target=”_blank”>consultas e a Cannect, os produtos”, lembra.
Contudo, hoje ele participa de um programa da USA Hemp para atletas e paratletas, que fornece todo o tratamento. “Financeiramente eu não poderia”, acrescenta.
A cannabis tem sido uma aposta para milhares de brasileiros. Desde que as importações foram aprovadas em 2015, o número de pacientes só cresce. Só no ano passado, foram mais de 40 mil novos adeptos à terapia canábica.
Ela é conhecida não só por tratar diversas condições diferentes, mas também por produzir poucos ou nenhum efeito colateral.
Por isso, o surfista, que precisa tomar 16 fármacos, espera retirar mais remédios além dos medicamentos para dores e espasmos.
Contudo, a cannabis é uma medicina personalizada para cada um. Quem está o auxiliando neste processo é a Dra Daniele Tondolo Martins, da Well Green Brasil. O acompanhamento médico é fundamental para explorar os melhores benefícios da planta.
A cannabis funciona através do chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema que ajuda a regular boa parte do organismo, como fome, humor, sono, sistema nervoso e imunológico.
Por meio de receptores os chamados canabinoides, substâncias produzidas pelo próprio organismo, ajudam a restaurar o equilíbrio das funções.
A cannabis também produz canabinoides, que podem fazer um trabalho semelhante aos nossos. Por isso ela é útil em uma variedade de condições médicas.
De acordo com com Frank Damasceno, uma vez que a cannabis modula o sistema endocanabinoide, ela pode ser usada até como prevenção.
“Se tu controlar um sistema que modula todos os outros sistemas, a gente não precisa falar em medicina, mas em suplemento que é o caso da cannabis lá fora”, diz.
O uso da cannabis como suplemento tem crescido no mundo dos esportes. Isso porque ela auxilia os atletas em várias áreas, como sono, foco, recuperação muscular e até como um anti-inflamatório.
Damasceno ainda explica que não há diferença entre a cannabis para o atleta e o paratleta, o que difere são as dosagens. O Pedro, como paratleta, está colhendo todos os benefícios, com dosagens mais altas que as convencionais.
“É como uma estação de rádio, quando você acertava o risquinho, acabava o chiado. E é isso que a gente faz, a gente modula o sistema”, ressalta.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico que, inclusive, poderá indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a prescrição até a importação do produto. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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