A população idosa no Brasil e no mundo está cada vez maior e a expectativa de vida tende a apresentar valores crescentes. Apesar disso, nem sempre o envelhecimento está associado à uma boa qualidade de vida.
Com o processo natural de envelhecimento, ocorrem diversas alterações no organismo, que podem comprometer sua estrutura e funcionalidade. Há uma perda de força muscular, acompanhada da diminuição da densidade mineral óssea e perda do equilíbrio, podendo causar um aumento do risco de quedas e fraturas.
Do ponto de vista neurológico, há uma redução significativa no cérebro, com alterações nos neurônios, incluindo uma diminuição do número de neurônios em diversas áreas do sistema nervoso, podendo afetar diversos processos cognitivos – como processamento de informações, raciocínio, atenção e memória.
Essas alterações, porém, podem ser amenizadas com a prática regular de exercício físico.
Diversos estudos já comprovaram que idosos que são ativos fisicamente apresentam um melhor desempenho cognitivo e físico, diminuindo o risco de condições neurológicas, otimizando a força muscular, reduzindo o risco de quedas e instabilidades.
E isso acontece mesmo naqueles idosos que foram sedentários a vida toda e resolveram, na terceira idade, se aventurar na prática de exercícios físicos. O exercício físico regular pode melhorar e muito a qualidade de vida.
Porém, nem sempre é fácil iniciar ou manter a prática de exercícios físicos com o avanço da idade. Dores crônicas, diminuição do apetite, distúrbios do sono, queda de energia e condições clínicas de saúde podem contribuir com o sedentarismo.
O uso da cannabis em idosos pode ser uma ferramenta interessante para melhorar e prevenir diversas situações associadas ao processo de envelhecimento, já que os fitocanabinoides e terpenos são capazes de regular e modular uma série de atividades fisiológicas, como as respostas inflamatórias, o apetite, o ciclo sono-vigília, a plasticidade neuronal e os processos relacionados à memória.
Os efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes, analgésicos, ansiolíticos eantidepressivos dos fitocanabinoides e dos terpenos da cannabis, na terceira idade, trazem mais qualidade de vida para essa população nos mais variados contextos patológicos e no dia a dia, contribuindo para a redução de dores crônicas, melhorando o humor e os processos cognitivos de memória e atenção, induzindo o apetite, otimizando a insônia e, muitas vezes, fazendo com que haja uma diminuição na polifarmácia – a prescrição, muitas vezes irracional, de muitos medicamentos em idosos.
Idosos com menos queixas, com mais disposição e energia, que se alimentam e dormem bem, consequentemente têm mais chances de se envolver em atividades físicas e manter uma rotina saudável e equilibrada na sua vida diária.
E mesmo os idosos que já têm essa vida ativa, com nenhuma ou poucas doenças e queixas associadas, se beneficiam dos produtos à base de cannabis, pensando na manutenção do equilíbrio físico e mental e da sensação de bem-estar que eles já possuem.
O uso da cannabis nesse grupo contribui, principalmente, para que os exercícios físicos sejam menos dolorosos, com uma melhor recuperação muscular e ganho de força. Dessa forma, eles serão capazes de permanecer ativos por muito mais tempo.
Cannabis, assim como exercício físico regular, é qualidade de vida e bem-estar e os idosos respondem muito bem a esses tratamentos! Cabe a nós incentivar nossos pais, avós, bisavós a atravessarem o processo de envelhecimento da forma mais saudável e equilibrada possível.
As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.
Jessica Durand
Médica graduada pela Universidade Cidade de São Paulo, pós-graduada em Medicina Esportiva pelo Instituto Vita e em Cannabis Medicinal pela Unyleya. Possui certificação internacional em terapias à base de cannabis pela Green Flower. Atleta amadora, enxerga na prática clínica o potencial da cannabis medicinal na qualidade de vida e bem-estar dos pacientes, com foco especial em praticantes de atividades físicas e atletas amadores, semiprofissionais ou profissionais. Compõe o núcleo de medicina esportiva da Gravital, atuou como consultora de assuntos médicos do Atleta Cannabis.
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