O óleo de cannabis é um fitofármaco ou fitoterápico?

O óleo de cannabis é um fitofármaco ou fitoterápico?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Sabemos que a cannabis é um remédio que vem das plantas, mas como podemos classificá-los?

 Que a cannabis é remédio, isso é um fato cada vez mais claro para os brasileiros. No entanto, a maioria das pessoas só sabem até aí.

Contudo, ainda existe um mundo por trás. Remédios à base da cannabis, por exemplo, são levados a sério, e para entrar em qualquer uma das duas categorias, precisa de estudos científicos que comprovem a efetividade.

Falar de plantas é um tema complexo. Embora fitofármacos e fitoterápicos pareçam a mesma coisa, eles não são.

Para saber onde a cannabis se encaixa, primeiro é importante entender a definição dos dois conceitos. 

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Fitoterápicos

Segundo uma resolução de 2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fitoterápicos são medicamentos obtidos usando apenas matérias-primas ativas vegetais.

Contudo, não se trata daqueles chás ou receitas caseiras feitas com plantas. Apesar de medicinais, eles não se enquadram como fitoterápicos. 

Para isso, eles devem ser eficazes e validados por estudos científicos e ensaios pré-clínicos e clínicos. Além do mais, eles precisam reproduzir uma qualidade padrão.

Em resumo, são plantas medicinais industrializadas, que são cultivadas e extraídas de forma padronizada, segura e regulamentadas pela Anvisa. 

Contudo, os fitoterápicos não podem conter substâncias isoladas e nem podem ser associados com outras plantas, devem ser eficazes por si só.

Fitofármacos

Já a definição de fitofármacos é bem parecida, mas com uma diferença mínima. Eles também são produtos derivados de vegetais, mas se divergem na sua formulação.

Ao contrário dos fitoterápicos, as substâncias precisam ser purificadas e isoladas com uma estrutura química esquematizada e atividade farmacêutica.

Contudo é importante ressaltar que quando a estrutura química isolada é modificada, como a aspirina, que vem do salgueiro, se trata de um produto sintético.

Sintéticos

Sempre que a substância isolada é modificada, ou seja, reestruturada em laboratório, ela passa a ser sintética. 

O Marinol, por exemplo, é bem conhecido e famoso nos Estados Unidos. Se trata de um remédio sintético, similar ao tetrahidrocanabinol (THC) e ajuda a controlar náuseas e vômitos causados por tratamentos contra o câncer. 

Contudo, os críticos dizem que o produto poderia ser feito com o THC natural. Muitos complementam que a única diferença entre o sintético, são as pessoas que ganham dinheiro com isso, uma vez que os canabinoides feitos em laboratório podem ser patenteados. 

Onde entra a cannabis 

Então, em qual das duas definições a cannabis pode entrar? A resposta é: nas duas. 

Como dito acima, um fitoterápico, por exemplo, pode ser feito com o extrato da planta inteira, o que dá para fazer com a cannabis. 

É nesta categoria que se encaixa os óleos de Cannabis full spectrum, àqueles produzidos com a planta inteira e não só com canabidiol (CBD) isolado.

Eles também contêm outros tipos de canabinoides, terpenos e flavonoides na composição. Na verdade, eles atuam juntos no chamado efeito entourage, que potencializam efeitos desejados. 

Já os fitofármacos são desenvolvidos apenas com um elemento, que no caso do canabidiol da Prati-Donaduzzi, por exemplo, é feito apenas com o CBD.

 

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