Em novembro do ano passado, Ubiratan Martins Machado (45) foi ao médico por conta de um caroço na garganta. Não demorou muito para descobrir que se tratava de um câncer chamado linfoma.
Contudo, o que parecia ser uma longa jornada de sessões de quimioterapia e radioterapia, foi mais tranquilo que o esperado.
Nem o seu médico conseguiu entender como a melhora foi tão rápida. Ontem (3), por exemplo, depois de apenas três meses, foi a sua última sessão de radioterapia.
Ubiratan tinha um caroço no pescoço, que foi crescendo até causar inflamação na garganta e falta de ar. Foi aí que ele decidiu ir ao médico.
Depois de uma série de exames, o resultado saiu. Se tratava de uma metástase decorrente de um linfoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que para cada ano do triênio (2020/2022), sejam diagnosticados mais de 12 mil novos casos de linfoma não Hodgkin no Brasil, principalmente em homens.
Valores que correspondem a um risco estimado de 6,31 casos novos a cada 100 mil homens e 5,07 para cada 100 mil mulheres.
A família tomou um susto quando ouviu a palavra “câncer”. A irmã de Ubiratan, Beatriz Coutinho, conta que ela precisava ser forte por ela e pela família pois precisava acalmá-los e consolá-los. “Tivemos que ter muito cuidado ao falar sobre isso com a minha mãe”, acrescenta.
Segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc), a incidência da condição de forma geral só em 2020 era de aproximadamente 19 milhões em todo o mundo, com 10 milhões de mortes.
No Brasil, o número de novos casos foi de mais de meio milhão, com 260 mil mortes. Por isso, o temor tomou conta.
Beatriz já conhecia o óleo de cannabis através da Marilene, uma amiga, que possui uma associação canábica. Já contamos a história dela aqui. Ela não pensou duas vezes em contatar a entidade para ajudar o seu irmão.
“Quando ele me contou que estava com câncer, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a AbraRio e a cannabis”, ressalta.
Até agora, a cannabis é usada como um tratamento complementar para o câncer. Remédios feitos com o extrato da planta são vendidos nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, para amenizar os efeitos da quimioterapia.
O óleo de cannabis serve para combater enjoos, tonturas, falta de apetite e até dores provocadas pelo câncer.
Contudo, alguns estudos mostram que os cannabinoides encontrados na planta são capazes de matar células cancerígenas ao mesmo tempo que preservam as células saudáveis.
Um estudo alemão, feito pela Ludwig Maximilians University Clinic em Munique, investigou os efeitos do Canabidiol (CBD) de alta pureza em um tumor cerebral chamado glioblastoma. A substância foi capaz de matar as células tumorais em apenas três dias.
Isso é o que pode explicar o que aconteceu com Ubiratan. Ele começou a tomar duas gotas do óleo antes mesmo de começar as sessões de radioterapia e quimioterapia, mas ainda estava um pouco cético.
“Na verdade, eu também suspeitei, mas quando vi que diminuiu com uma semana, acreditei no tratamento”, disse.
Quando ele ia começar as sessões, levou o caso ao seu médico, que não o proibiu de continuar com o uso do óleo. “O. O médico me falou que o sobrinho dele usa para dormir e a outra médica falou que é muito bom, eu fui fazendo o tratamento e usando”, acrescenta.
Durante as sessões de quimio, o profissional da associação aumentou a dose para três gotas e depois para cinco. Beatriz conta que a evolução foi visível. “O médico dele, que estava acostumado com os efeitos (do tratamento contra o câncer), ficou impressionado.
No geral, tratamentos como radioterapia e quimioterapia podem resultar em uma série de efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, dores de cabeça e até problemas cognitivos. No entanto, no caso de Ubiratan, as reações foram mínimas.
“O médico viu que o meu irmão estava diferente, tanto na parte física quanto emocional. Tanto que pediu para ele continuar”, ressalta Beatriz. Ela conta que nos últimos dias, ele ainda pegou uma gripe forte, mas saiu ileso.
Ubiratan teve apenas um enjoo fraco e perda de cabelo, mas a alimentação continuou normal. Ele também não emagreceu e não teve dores. Contudo, teve que lidar com o emocional.
“Ele chorava e a gente acalmava, tentava acalentar. Teve uma vez que ele mandou uma mensagem se despedindo”, acrescenta a irmã.
Contudo, ela acrescenta que o óleo feito com o extrato da cannabis também foi essencial para melhorar o seu ânimo.
Ubiratan começou a ficar mais tranquilo, o seu semblante já não era o mesmo. Conforme o uso, ele não estava mais ansioso ou depressivo. Isso porque a cannabis também influencia na saúde mental.
O Sistema Endocanabinoide, por onde a cannabis atua, pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Ubiratan conta que quando fala sobre isso para as pessoas, elas estranham. “Acham que eu sou maluco, que isso é maconha. Mas quando mostro as fotos do antes e depois, tudo muda”, conclui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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