Mais de 33 mil pacientes passaram a usar cannabis desde o começo da pandemia

Mais de 33 mil pacientes passaram a usar cannabis desde o começo da pandemia

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O número de solicitações para a importação de medicamentos à base de cannabis têm crescido ano a ano. Na pandemia não foi diferente.

Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Indústria de Cannabis (BRCann), desde o início da pandemia de COVID-19, 33.077 pessoas solicitaram uma autorização na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a importação de produtos à base da cannabis.

O número é três vezes maior que o total de pacientes que tinham uma autorização desde que as emissões foram regulamentadas. Para se ter uma ideia, só nos últimos 12 meses, mais de 26 mil pacientes obtiveram o direito.

Isso sem contar pacientes que começaram a comprar o medicamento nacional da Prati-Donaduzzi,  que utilizam óleos de associações ou que possuem um aval judicial para plantar. 

Foto: iStock

“É um momento muito especial para o mercado, que vai dobrar pelo terceiro ano consecutivo por uma série de motivos”, afirma o diretor-executivo da BRCANN, Tarso Araújo. “Os médicos estão mais informados sobre as indicações da cannabis medicinal, a demanda cresceu em função da pandemia, o total de empresas e sua capacidade de atendimento cresceu, e a Anvisa simplificou o processo de autorização para que os pacientes não ficassem sem acesso.”

 

Mudanças nas normas de importação

Medicamentos à base da cannabis ainda precisam de uma autorização individual da Anvisa para serem importados. Além de documentos padrões, como identidade, os pacientes ainda precisam enviar laudo e receita médica, que são analisados pelo órgão. 

Com o aumento de solicitações crescente, a agência começou a adotar uma série de procedimentos para agilizar as autorizações, como um cadastro automático para pacientes e uma lista pré-definida dos medicamentos mais frequentes. 

Tanto é que o órgão substituiu a Resolução 335/15, destinada a importações de produtos feitos com a planta, pela RDC 570/21 para agilizar os processos. 

Em julho, a Anvisa ainda prorrogou o prazo de aprovação de 7 dias para 20 por causa da alta demanda. Sem contar na força-tarefa criada em abril para agilizar o processo de liberação nos aeroportos por causa da pandemia de COVID-19.

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