A influenciadora Lívia Teixeira fala sobre fibromialgia e como a cannabis foi importante para o tratamento ‘Sinto que estou cumprindo com papel social’
Atualmente, Lívia Teixeira é o que chamamos de influenciadora. Com mais de 50 mil seguidores, ela fala sobre o uso da cannabis e principalmente sobre a sua relação com a fibromialgia, doença que precisou enfrentar a vida inteira.
Se antes era vencida por causa das dores, hoje pode encarar a vida de uma forma totalmente diferente, sem muitas limitações, medos ou preocupações com os sintomas.
Parte disso se deu por causa do uso da cannabis. A sua experiência compartilhada nas redes ajudou não só os seus seguidores, mas até a sua família, que utiliza o óleo para tratar condições como autismo e síndrome do pânico.
Desde que se entende como gente, Teixeira viveu com dores. Mas o problema era que ninguém conseguia lhe dar um diagnóstico preciso. Isso porque a condição não é totalmente compreendida, o que gera um preconceito que pode vir dos próprios profissionais de saúde.
“Eu trabalhei na indústria farmacêutica com um paciente com fibromialgia. Vendo os relatos, ouvindo pessoas falando sobre os sintomas, eu fui percebendo o que eu tinha. E foi a partir desses relatos que eu fui atrás do diagnóstico. Foi muito difícil, demorou anos, mas eu já sabia o que eu tinha”, comenta.
Até hoje não se sabe ao certo o que causa a fibromialgia. Caracterizada principalmente por fortes dores em todo o corpo, pode estar relacionada a fatores do sistema nervoso.
No Brasil, a condição atinge cerca de 3% da população, principalmente mulheres. Infelizmente, Lívia foi uma delas. “Eu sempre tive que conviver com as dores. Mas quando estava na faculdade, em uma rotina um pouco mais intensa, isso começou a ficar muito debilitante”, acrescenta.
A farmacêutica ainda descobriu que tinha tireoidite, uma doença hormonal que também resultava em dores pelo corpo.
A influencer mudou seus hábitos alimentares, diminuiu o açúcar, parou de comer glúten e comidas industrializadas. Passou a cuidar do sono e até a fazer atividade física moderada para não entrar em crise. Ainda assim, parecia não ser o suficiente.
A farmacêutica se sentia mal até quando estava com os amigos. Se por acaso se esforçava demais, as dores aumentavam e ela tinha receio de estragar os passeios. Quando não aguentava mais, se sentia culpada por fazer todos os seus amigos voltarem mais cedo.
“Ficava confuso para as pessoas, porque eu não estava sangrando, estava com a mesma cara. Era difícil para entenderem o que eu estava passando”, acrescenta.
Foi por causa da dificuldade em ter um diagnóstico, que Lívia Teixeira resolveu que precisava falar sobre o assunto.
Há 10 anos, a condição era relativamente nova, até mesmo para a classe médica. A farmacêutica precisava pesquisar artigos em inglês e explorar diversos tipos de terapias para tentar encontrar um alívio.
A princípio, os seus vídeos eram meramente informativos. A influencer queria que as pessoas soubessem que a doença existia e quais eram os principais sinais. Mas com o passar do tempo, foi se abrindo e falando mais sobre a sua relação com a doença.
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“Foi ficando pessoal ao longo do tempo e hoje em dia eu falo um pouco mais sobre a relação com a dor, com as pessoas de forma mais subjetiva”, acrescenta.
A maconha nunca foi um obstáculo para Lívia Teixeira, que já havia utilizado a erva em alguns momentos da sua vida. Mas nunca passou pela sua cabeça que a planta poderia servir de remédio também.
Só foi depois que começou a compartilhar informações sobre a fibromialgia nas redes sociais, que soube sobre as propriedades medicinais da cannabis. “ Comecei a receber perguntas sobre o uso do CBD (canabidiol) até começar a receber produtos das marcas para testar”, comenta.
Foi aí que a farmacêutica foi estudar de fato sobre o assunto. Embora testasse produtos para as marcas e associações, o seu tratamento só começou de fato, à partir da Cannect, onde ela tinha um profissional que a acompanhava durante todo o processo.
As dores e os demais sintomas finalmente estavam diminuindo, o que surpreendeu a influencer. Agora, tinha mais controle sobre a dor e mais qualidade de vida.
Foi nesse processo que Lívia também percebeu que tinha um transtorno de ansiedade. “Na minha cabeça, eu sempre fui muito ansiosa, mas nos últimos anos, fui entendendo realmente como um transtorno”, comenta.
Embora o Brasil seja o país mais ansioso do mundo, a população ainda não tem consciência do seu estado. De acordo com um censo feito pelo DataFolha em 2022, três em cada 10 brasileiros se sentem ansiosos e têm problemas com sono. Ainda assim, apenas 7% da população avalia a sua saúde mental como ruim ou péssima.
No caso da farmacêutica, assim como na fibromialgia, a cannabis também foi essencial para tratar as crises ansiosas. “É muito bom para fibromialgia, mas é surreal de bom para ansiedade”, comenta.
A longo prazo, o sono e a fadiga também foram outras áreas marcantes que melhoraram na vida da Lívia.
Hoje, a influencer comenta que as melhorias trouxeram mais confiança para passar o dia fora e até viajar, pois pode controlar os sintomas da fibromialgia e da ansiedade sem precisar ir para o hospital.
“Quando eu tenho crise, eu converso com o médico e consigo ajustar a dose. Você não consegue fazer isso com um medicamento alopático. (…) com a cannabis, você consegue ter flexibilidade, gerenciar melhor o seu tratamento.” Diz.
A cannabis pode ajudar em várias condições, porque atua no chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema presente em quase todo o organismo ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo.
De forma bem simplificada, se uma pessoa está com dor, por exemplo, os chamados canabinoides, como o CBD e o THC (tetrahidrocanabinol) sinalizam que algo está errado e que precisa ser corrigido.
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“Quando me dá alguma crise, como uma gummie ou tomo o óleo e fico bem, eu tenho um recurso para me ajudar. Então eu fico mais leve, mais segura, mais saudável. Me sinto mais livre para fazer as coisas. O que mais me conforta é saber que eu posso combater a ansiedade e a fibromialgia”. Completa.
Hoje, Lívia também é uma influenciadora canábica. Começou a pesquisar, fazer cursos sobre o assunto, a entender as esferas políticas e culturais ao redor da planta e não demorou muito para que tivesse um impulso ativista.
Embora tenha perdido alguns seguidores no começo, a farmacêutica não se arrepende de ter levantado a pauta. “Recebo mensagem de gente falando que eu ajudei a perder o preconceito sobre maconha para o filho delas”, acrescenta.
Lívia influenciou o uso da cannabis medicinal não só para os seus seguidores, mas também para sua família. Atualmente, o seu irmão também utiliza o tratamento para tratar o TEA (Transtorno de Espectro Autista).
O óleo feito da planta ajuda pacientes autistas a amenizar os sintomas, como agressividade, insônia e ansiedade. “ O meu irmão teve uma melhora social muito boa”, acrescenta.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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