Nesta semana, uma família do Ceará obteve na justiça o direito de receber gratuitamente um produto à base de cannabis para o tratamento de um bebê.
A ação da defensoria pública possibilitou que a criança recebesse quatro frascos de Canabidiol (CBD) por mês, tratamento que vai custar aos cofres públicos um total de R$12 mil.
Embora os processos de judicialização para o custeio de produtos derivados da cannabis tenham crescido no país, o motivo foi um tanto quanto inusitado. O tratamento de uma epilepsia refratária decorrente das sequelas da COVID-19.
De acordo com a matéria do portal G1, o pequeno Gaell contraiu coronavírus aos dois meses. Ele ficou internado por 43 dias, sendo que 20 deles foram entubados.
Ele desenvolveu uma série de complicações, como hemorragia nos rins, coagulação no sangue e até um AVC.
Contudo, após a doença veio as sequelas. A criança também desenvolveu um quadro de encefalopatia crônica e epilepsia de difícil controle, que costuma ser resistente a medicamentos convencionais.
Como foi no caso do Gaell. O canabidiol só entrou na vida da criança após esgotar todas as opções possíveis de anticonvulsivantes. Apesar de legal no Brasil, a cannabis só é recomendada quando não há mais tratamentos disponíveis.
Por outro lado, o tratamento não é barato. Cada frasco do óleo usado pela criança custa em torno de R$3mil e o garoto precisa de 4 deles por mês. Valor inviável para a família cearense, que entrou com um pedido na defensoria pública.
A judicialização de produtos à base de cannabis no Brasil não é incomum. Por causa do valor alto, cada vez mais pacientes têm entrado na justiça para o custeamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e até pelos Planos de Saúde.
Para se ter uma ideia, só o estado de São Paulo teve que arcar com R$38 mi em ações judiciais nos últimos três anos.
Embora o caso de Gaell seja inusitado, especialistas já cogitaram o tratamento das sequelas do coronavírus com a cannabis.
Em agosto do ano passado, o Instituto do Coração em São Paulo (Incor) divulgou o início de um estudo clínico para entender a ação do CBD em pessoas com a chamada Covid Longa, pacientes que passaram pelo estado grave da doença mas tiveram sequelas.
Por se tratar de uma condição nova e pouco explorada, não há nenhum tratamento específico, por isso a busca por novas alternativas são exploradas.
Foram reunidos 290 voluntários, que foram analisados durante três meses. Eles apresentaram fadiga muscular, insônia, ansiedade, depressão e alterações cognitivas por pelo menos noventa dias após o diagnóstico.
O novo estudo é uma forma de comprovar o que já era visto nos laboratórios e até mesmo nas práticas clínicas nos consultórios médicos e aguarda os resultados.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico que poderá indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a prescrição até a importação do produto. Clique aqui.
Com informações do G1
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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