E a mudança no programa de verificação da Meta
Riscos e Oportunidades para Criadores de Conteúdo Canábicos
Na terça-feira, 7 de janeiro de 2025, a Meta anunciou o encerramento de seu programa de verificação de fatos nos Estados Unidos, transferindo para a própria comunidade o papel de monitorar os conteúdos publicados.
A medida gerou preocupações sobre o possível aumento de desinformação e fake news. Porém, para criadores de conteúdo que abordam temas sensíveis e frequentemente estigmatizados, como a cannabis, essa mudança pode trazer vantagens.
Criadores dessa área costumam enfrentar desafios, incluindo a desativação de seus perfis devido à automatização das políticas de moderação da plataforma. O sistema anterior, baseado em algoritmos e regras centralizadas, frequentemente ignorava nuances culturais e científicas.
Segundo um estudo da Harvard Kennedy School (2023), 63% das remoções de conteúdo em redes sociais ocorrem devido à ação de algoritmos que, por sua falta de sofisticação, penalizam de forma desproporcional criadores que tratam de temas inovadores ou controversos.
Esse cenário é agravado pela ausência de padrões universais para identificar e interpretar informações científicas de forma adequada (Howard et al., 2022).
Apesar dos riscos inerentes à descentralização, como o potencial aumento de desinformação, há também a possibilidade de se criar um ambiente mais diverso e inclusivo. A liberdade de expressão ampliada pode permitir que educadores e pesquisadores tragam à tona conteúdos embasados cientificamente, promovendo debates informativos e construtivos.
Essa transformação, no entanto, dependerá fortemente do papel das comunidades nas redes sociais. A responsabilidade coletiva será fundamental para filtrar e compartilhar informações que realmente agreguem valor, minimizando o impacto de notícias falsas e promovendo o acesso ao conhecimento de qualidade.
A mudança na política da Meta representa um momento de transição que, embora desafiador, pode ser aproveitado como uma oportunidade para fomentar uma comunicação mais democrática, inclusiva e plural, valorizando narrativas que contribuem para o bem-estar e a conscientização social.
Howard, P. N., et al. (2021). Industrialized Disinformation: 2020 Global Inventory of Organized Social Media Manipulation. Oxford Internet Institute.
Este relatório examina como campanhas organizadas de manipulação nas redes sociais se tornaram prevalentes em diversos países, destacando o uso de algoritmos e automação para influenciar a opinião pública.
Disponível em: https://demtech.oii.ox.ac.uk/research/posts/industrialized-disinformation/?utm_source=chatgpt.com
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). (2024). Governança digital, algoritmos e desinformação.
Este documento discute o impacto dos algoritmos na disseminação de desinformação nas plataformas digitais, abordando os desafios para a governança digital e a integridade da informação.
Disponível em: https://www.cgee.org.br/documents/10195/10687196/cgee_rpe_54.pdf?utm_source=chatgpt.com
Carolina Jacomo
Antropóloga e pesquisadora científica especializada em cannabis, com foco na produção da cultura humana e no impacto das emoções em uma sociedade desafiadora. Apaixonada por explorar caminhos para tornar a mente um lugar mais confortável, compartilho reflexões e perspectivas para promover bem-estar e transformação social.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso