A família de Santa Catarina descobriu na cannabis uma melhora na qualidade de vida do filho com autismo. Mas não poderiam ficar só com a informação para eles
Hoje, Camila Monte Blanco Lima (35) e Diego Lima (45) moram em Floripa e coordenam o Sinal Verde, um meio de comunicação focado em disseminar conhecimentos sobre a cannabis.
Com quase 10 mil seguidores no Instagram, o casal virou referência para pacientes e interessados no assunto há dois anos, com publicações e podcasts sobre cannabis medicinal.
Contudo, o ativismo não apareceu por acaso. Foram necessários muitos meses para entender o que é a planta e começar a utilizá-la no seu filho, que atualmente utiliza o óleo de cannabis para amenizar os sintomas do autismo e melhorar a qualidade de vida.
Tudo começou quando Jimi, o filho mais velho do casal, recebeu o diagnóstico de autismo, na época, com um ano e oito meses. Além de não falar, o pequeno também não conseguia se manter focado.
A falta de atenção é um sintoma comum em pessoas com autismo, assim como a seletividade na alimentação e problemas com o sono, questões que limitavam a vida da criança.
Não demorou muito para que o pequeno Jimi começasse a ser acompanhado por um fonoaudiólogo e fazer terapia ocupacional. “A gente começou a pesquisar o que as pessoas usavam para poder auxiliar a ter mais foco e começamos a ler sobre a cannabis”, ressalta a mãe.
Por outro lado, as informações sobre cannabis e autismo ainda eram escassas. Era difícil encontrar referências sérias sobre o assunto na internet, assim como famílias com experiências no assunto, o que deixava a família receosa.
Foi depois que encontraram uma médica conceituada na região que os pais tomaram coragem em tentar utilizar a cannabis medicinal como opção. Ainda assim, a primeira experiência não foi boa.
O óleo feito pela associação agitou bastante o pequeno Jimi. “A gente também não tinha recebido muitas orientações, sobre como é que ele poderia reagir nesse primeiro momento. Foi em uma época que era tudo muito cru”, acrescenta Camila.
Foi somente depois de passar em outro profissional que as coisas realmente aconteceram. Em 18 dias, a criança começou a falar.
“Não é que ele aprendeu aos poucos, ele só começou a falar. Parece que ele estava no mudo todo esse tempo e de repente começou a falar, já saiu falando umas coisas, falando bem”, acrescenta o pai.
Camila ressalta que a impressão que eles tiveram era a de que a criança estava finalmente acessando tudo o que havia aprendido nas terapias.
Se a questão era o sono e a falta de atenção, parecia que a questão estava resolvida. Agora, ele está mais focado e dorme bem. Camila conta que até a alimentação está mais diversificada.
Mas o que mais os surpreendeu foi descobrir que o pequeno Jimi, com apenas três anos, também havia aprendido a ler. A criança começou a mostrar sinais de que estava entendendo o que estava acontecendo e lia tudo que via.
Com o passar dos dias, os pais descobriram que ele tinha aprendido a ler bem antes de começar a falar.
“A gente pensava que ele tinha decorado, então escrevíamos outras palavras maiores e ele lendo pra gente. Então a gente sentiu que o óleo tinha lubrificado e acessado todo o trabalho que ele já estava fazendo com a equipe multidisciplinar”, ressalta Camila.
Diego ainda acrescenta que Jimi também começou a reproduzir e a ler as palavras em inglês que via nos vídeos da internet.
A criação do Instagram Sinal Verde foi justamente uma maneira de propagar as informações sobre cannabis medicinal que eles não tiveram, como uma forma de educar as pessoas sobre o tema.
“Hoje, muita gente que vem conversar conosco e eu me vejo no lugar delas (…) não quer dizer que a cannabis vá funcionar para todo mundo, até porque não é um milagre, mas vale a pena conversar com outras famílias, a gente sempre se põe super aberto para conversar”, acrescenta Camila.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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