Em 2025, estima-se que o mercado canábico deve movimentar R$9.5 bilhões de reais no Brasil. Se o país regulamentar o uso total da cannabis (recreativo, medicinal e cânhamo), movimentará R$26 bilhões de reais, deve arrecadar R$8 bilhões de impostos e gerar 117 mil empregos no mesmo período, conforme dados da Kaya Mind.
É impressionante.
Uma pesquisa da BRCANN mostra que 41 mil pessoas têm autorização para importar medicamentos à base de canabinoides. Porém, mais de 13 milhões de brasileiros, com diferentes patologias, poderiam se beneficiar da cannabis medicinal, de acordo com a Anvisa.
Ou seja, existe um potencial de mercado gigantesco que a cada expansão gera a necessidade de uma série de produtos e serviços especializados em cannabis para atendê-los.
Sair na frente em um mercado do zero, sem concorrência, pode fazer toda diferença.
Mas qual é o melhor caminho para trilhar e abrir um empreendimento lícito no Brasil?
Hoje, é possível atuar “don’t touch plant”, uma expressão criada para designar os negócios que lidam com maconha, mas sem tocar a planta.
Itens de growshops para auto cultivo como estufas, fertilizantes e luzes têm a venda permitida no país. Para se ter uma dimensão do potencial deste setor, só em 2020 foram abertas 1.600 tabacarias e headshops só na cidade de São Paulo (IBGE).
Conforme dados da Fiocruz, mais de 16 milhões de brasileiros já consumiram maconha, cujo setor do uso adulto é atendido de forma totalmente lícita por headshops, produtos de tabacaria e redutores de danos, como sedas, piteiras, pipes e bongs.
Envolta do ecossistema criado pela regulamentação da cannabis medicinal, existe uma demanda muito grande por agências, produtos e serviços canábicos em áreas como advocacia, criação de softwares e aplicativos, contabilidade, marketing digital, design, conteúdo, assessoria empresarial, entregas, atendimento a pacientes, câmbio para importação, moda, educação e outros.
Antes de começar a pensar em hempreender, é imprescindível fazer um denso trabalho de auto análise.
Reconhecer suas maiores habilidades é o primeiro passo para o sucesso de qualquer empreendimento, seja canábico ou não.
Abrir uma empresa dentro da nossa área de domínio é mais fácil do que se enveredar por outros meios que vamos aprender tudo do zero ou depender excessivamente de terceiros.
Se você é reconhecida profissionalmente na área financeira, por exemplo, abrir uma fintech direcionada para negócios da cannabis com certeza será mais prático do que abrir uma marca de moda cânhamo.
Como dá para constatar nos “serviços auxiliares”, o mercado canábico tem demandas iguais a outros empreendimentos tradicionais.
Porém, o grande diferencial é a especialização, como é possível constatar de forma latente em serviços de marketing digital e conteúdo, duas áreas muito complexas e com alta demanda por serviços e agências que atendem às necessidades das empresas canábicas.
Afinal, além da escassez de conhecimento sobre os benefícios da planta entre profissionais do ramo, existem as limitações impostas por algoritmos em relação ao tema na maioria das redes sociais e ferramentas de marketing.
E todas empresas precisam ter essas atividades, não importa se de advocacia ou saúde.
Reconhecer seus maiores talentos, estudar os benefícios da cannabis e legislação atual, acompanhar o que está acontecendo no mercado nacional e conversar com empresárias atuantes no setor são o início da jornada verde.
As possibilidades atuais são muitas e a perspectiva é de um boom no setor quando for regulamentado o PL 399/2015.
A última pesquisa da Rede Mulher Empreendedora mostrou que apenas 4,7% das startups no país são fundadas ou co-fundadas por uma de nós. É difícil empreender com cannabis no Brasil, ainda mais para quem é mulher inserida neste cenário desfavorável.
Mas se você quer seguir o caminho das flores do hempreendedorismo junto de outras Mariaz e hempreendedoras mais experientes, siga a Xah com Mariaz, um hub de empreendedorismo feminino canábico.
As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.
Danila Moura
Alumni Pulse 8 B2Mamy/Google for Startups e Founder Institute São Paulo. Terapeuta canábica e co-founder da Xah com Mariaz, um hub de empreendedorismo feminino canábico. É jornalista, já trabalhou para players como Revista Exame, Veja SP, Aventuras na História, Folha SP, Bem Bolado Brasil e Monkeybuzz. Foi assessora de imprensa de Cultura na Red Bull e Red Bull Station. Trabalhou na redação de playlists do Apple Music através da Bridgehead Media.
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