Cannabis: Tolerância Medicamentosa e Estratégias de Manejo

Cannabis Tolerância Medicamentosa e Estratégias de Manejo

A tolerância medicamentosa é um fenômeno fisiológico caracterizado pela redução da eficácia de um fármaco com o uso crônico. Dessa forma, ela demanda doses progressivamente maiores para alcançar o efeito terapêutico inicial.

Embora o ajuste posológico ascendente seja uma prática comum na alopatia, essa abordagem pode ser contraproducente no tratamento com cannabis medicinal.

Em alguns pacientes, o aumento da dose pode paradoxalmente diminuir o benefício terapêutico. Interrupções temporárias do uso (Tolerance Breaks) seguidas pela retomada com doses menores podem potencializar os efeitos da cannabis, reduzindo a necessidade da substância em até 60% ou mais.

Tipos de Tolerância:

Farmacocinética: Resulta da aceleração do metabolismo do fármaco, levando a uma menor concentração plasmática.

Farmacodinâmica: Ocorre quando o organismo se adapta aos efeitos do medicamento, diminuindo a responsividade aos seus receptores.

Sinais de necessidade de um Tolerance Break:

Necessidade de doses maiores de cannabis para obter os mesmos efeitos farmacológicos.

Uso mais frequente da cannabis ao longo do dia.

Relato de diminuição da intensidade ou duração dos efeitos terapêuticos.

Redução da eficácia da cannabis em comparação com o início do tratamento.

A reintrodução da cannabis em baixas doses após um Tolerance Break tende a ser mais eficaz.

Causas da Tolerância:

Uso contínuo e crônico de cannabis.

Utilização de doses elevadas ou frequentes.

Variações individuais na resposta farmacológica.

Consequências da Tolerância:

Redução da eficácia terapêutica da cannabis.

Necessidade de aumentar a dose para atingir o efeito desejado.

Potencial aumento do risco de efeitos colaterais.

Frequência do Tolerance Break:

Para a maioria dos pacientes, um Tolerance Break de 48 horas, realizado uma ou duas vezes ao ano, pode ser suficiente. A medicina integrativa desempenha um papel crucial no manejo da tolerância.

A prática regular de exercícios aeróbicos e anaeróbicos, a adoção de uma alimentação que suporte o SEC (Sistema Endocanabinoide) e exercícios respiratórios, podem otimizar o tônus do SEC e mitigar potenciais sintomas de desmame, que são raros, mas possíveis.

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