Gizele tinha sido diagnosticada em 2017, depois de uma queda. Ela começou a ter fortes dores de cabeça e quando foi ao hospital, os exames revelaram o tumor que só poderia ser retirado com uma cirurgia, era o único tratamento viável.
A biomédica, que já tinha tido um câncer de tireoide, não quis fazer o procedimento porque achou que poderia ser uma metástase, que é quando o câncer se espalha para outros órgãos.
Ela também não quis optar pela cirurgia por causa do lugar onde o tumor estava alojado, pois é perto da hipófise, que regula os hormônios. Não teria como fazer a cirurgia sem tirar um pedaço do órgão e o procedimento a faria ficar dependente de 26 remédios diários.
No entanto, as dores continuaram, logo veio também a insônia, irritabilidade e até depressão. Foi aí que o seu filho que falou sobre a cannabis, Gizele demorou um bom tempo para vencer o preconceito e tentar o método alternativo. A biomédica era bastante conservadora, teve que ler muitos artigos e relatos para se convencer que a planta poderia ser útil.
Depois de dois meses usando 30 gotas do óleo por dia, ela já sentiu os resultados. A princípio, a cannabis era para aliviar os sintomas emocionais, mas depois de um ano e meio usando óleo, a ressonância magnética mostrou que o tumor não havia crescido, e seis meses depois, aconteceu algo que parecia improvável: a diminuição de 1,2 cm para 0,7 cm.
Depois da decisão da ANVISA que autoriza a venda de canabidiol no final do ano passado (2019), o produto chegou nas farmácias com o custo de mais de 2 mil e quinhentos reais. Um valor muito alto para muitos brasileiros que precisam da cannabis. Por isso, a melhor solução é o plantio e a extração manual do óleo.
A princípio o seu filho Raul começou a plantar escondido na sua casa, ele também é ativista pelo direito de plantar. Mas no ano passado, depois de todo o processo burocrático, Gizele conseguiu o aval para plantar.
Ela foi a 37ª pessoa a conseguir a autorização para o plantio. Atualmente, apenas 74 pessoas plantam cannabis de forma legal no Brasil. O processo é bastante rigoroso, e segue uma série de restrições. Um dos requisitos é provar que a cannabis é o único tratamento que está funcionando.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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