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Cannabis para tratar glaucoma: o que se sabe?



31/07/2023


Cannabis para tratar glaucoma: o que se sabe?

Cannabis para tratar glaucoma: o que se sabe?
Foto: Freepik

Nos últimos anos, pesquisadores vêm testando a cannabis para tratar diversas patologias e ela vem se mostrando eficiente para várias delas. Uma doença com poucas pesquisas envolvendo fitocanabinoides é o glaucoma.

Embora os primeiros resultados científicos sobre o tema datem de 1971, poucos profissionais de saúde associam a doença ao tratamento. 

O glaucoma caracteriza uma doença nos olhos que pode levar à cegueira irreversível. Pode parecer um pouco estranho dizer que a cannabis é capaz de curar ou tratar parcialmente um problema nos olhos, mas o estudo mencionado apontou que o THC (tetrahidrocanabinol), componente da planta conhecido por seus efeitos psicoativos, é capaz de reduzir em até 30% a pressão intraocular, a causa mais conhecida do glaucoma. 

É importante ressaltar que os dados da pesquisa são de pacientes que fizeram uso adulto (ou recreativo) da cannabis, portanto deve haver um cuidado, visto que apenas o uso medicinal é permitido no Brasil.

O que é glaucoma?

O glaucoma é uma doença ocular que pode ser causada por fatores genéticos e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos. Entre as possíveis causas, o transtorno vem de um acúmulo de doenças que atingem os olhos, como a diminuição de fibras do nervo óptico e a perda dos neurônios da retina. Esse enfraquecimento do nervo óptico acontece porque a pressão do interior dos olhos é aumentada, impossibilitando o desenvolvimento do órgão.

Assim, o diagnóstico do glaucoma vem de uma série de causas sequenciais que podem levar à perda da visão. Essa é a segunda maior causa de cegueira irreversível do mundo (atrás apenas da catarata), e além desse grande problema, a doença costuma causar dores e vermelhidão nos olhos, desconfortos intensos na cabeça e náuseas.

De acordo com o SUS, o número de pacientes com glaucoma aumentou 26% entre o primeiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022. 

Ao todo, o Brasil tem cerca de 1,5 milhão de pessoas com a doença, segundo estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Mas esse número equivale ao número de diagnósticos e deve ser bem maior, visto que em 2020, o mundo tinha 80 milhões de pessoas com glaucoma.

Como tratar

Para desacelerar o crescimento do glaucoma, oftalmologistas costumam prescrever medicamentos que diminuem a pressão dos olhos. Talvez seja necessário fazer um tratamento contínuo com colírios, e se necessário, cirurgia. Também existem medicamentos de via oral que são usados apenas em casos emergenciais, mas estes costumam ser caros.

glaucoma crônicoque representa mais de 80% dos tipos da doença, exige o uso constante de colírios, uma vez que não tem cura. Consultar um profissional com regularidade e não abandonar o tratamento são cuidados cruciais. 

Tratamento com cannabis

Anos depois do estudo de 1971, outro artigo merece destaque: “Canabinoides para Tratamento de Glaucoma”, publicado na Current Opinion Ophthamology. Segundo os resultados, o THC diminui a tensão dos músculos e pode reduzir a pressão intraocular através da redução do fluxo sanguíneo dos olhos.

O CBD (canabidiol) também consegue estabilizar o crescimento do glaucoma e é uma opção para pacientes que não conseguem se adaptar ao THC. 

Contendo os dois componentes da planta, os produtos do espectro completo são soluções para tratar o glaucoma, e é possível citar medicamentos sublinguais, como os óleos. Colírios à base de canabinoides ainda não existem no mercado, pois incorporar o THC na água é uma tarefa difícil.

Para tentar resolver isso, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Minas Gerais, está estudando a elaboração de um colírio à base de cannabis. A pesquisa tem parceria do instituto Ease Labs, especializado em terapia canabinoide, e busca criar um medicamento eficiente para reduzir a pressão intraocular com menos efeitos colaterais.

Esse produto também está sendo formulado para ter um efeito mais duradouro, pensando em administrações menos frequentes. 

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Andrei Semensato

Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.