À nível global, de 60 milhões de pessoas tem glaucoma. A doença é conhecida como a principal causa de cegueira irreversível. Veja como a cannabis pode ajudar
O glaucoma é uma condição comum na região dos olhos, que geralmente causa danos nos nervos óticos e quando não são tratados, podem levar a cegueira.
Desde 1980, os procedimentos cirúrgicos e tratamentos medicamentosos tem melhorado e diminuído quase pela metade o risco de desenvolvimento de cegueira.
Por outro lado, o número de medicamentos efetivos são limitados.
As evidências sugerem que a doença é uma condição neurodegenerativa (doenças em que ocorre a destruição progressiva e irreversível de neurônios), com uma conexão com outras doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
O glaucoma aparenta ser um fator significativo de Alzheimer, mas a causa específica da doença, ainda é um mistério no meio científico.
Como a pressão intraocular (PIO) influencia no progresso de glaucoma, os oftalmologistas prescrevem tratamentos direcionados a pressão intraocular. De fato, o jeito de prevenir a perda da visão ou uma cegueira é diminuir os níveis de PIO.
Dependendo da gravidade, os oftalmologistas podem tratar o glaucoma com medicações como colírios ou, se necessário, cirurgia.
Voltando um pouco para a década de 1970, estudos mostraram que o uso de cannabis pode aliviar os sintomas de glaucoma porque diminuem a pressão intra-ocular e também age sobre doenças neurodegenerativas.
Um estudo de 1971, por exemplo, descobriu que a ingestão de cannabis reduz a PIO de 25% a 30%. Apesar de pesquisas mostrarem pontos positivos, poucos oftalmologistas apoiam o uso de cannabis para pacientes com glaucoma inicial ou intermediário.
O principal problema que os oftalmologistas têm é que os efeitos adversos, particularmente quando se fuma a cannabis, podem superar os benefícios a curto prazo.
Por exemplo, fumar pode levar para uma pressão intraocular, aumentando o risco de perder a visão para sempre. Além disso, como os efeitos terapêuticos sobre a glaucoma são a curto prazo, os pacientes teriam que consumir cannabis frequentemente, uma vez a cada 3 ou 4 horas.
Os médicos afirmam que o paciente precisaria consumir cannabis de seis a oito vezes ao longo do dia para atingir os níveis reduzidos de PIO. Essa frequência é difícil de manter e pode causar um uso descontrolado de cannabis.
Quando se trata do nível avançando da doença, os oftalmologistas são mais atenciosos ao auxilio que a cannabis pode oferecer. Nesse estagio, o foco tem mais a ver com aliviar os sintomas.
De acordo com o oftalmologista Bainnson, MD ”Já sabemos a algum tempo, que a cannabis medicinal é muito efetiva para tratamento de náuseas e dores, mas não tanto para glaucoma. Existem alguns pacientes que no final do estágio tem náuseas e que a cannabis poderia aliviar, mas não do ponto de vista do glaucoma. ”
Embora a cannabis, como é manuseada hoje em dia, possa não ser o tratamento ideal para o glaucoma, medicamentos derivados de canabinoides que estão sendo desenvolvidos, representam uma direção pro futuro.
E alguns estudos são bastante otimistas. De acordo com um estudo feito aqui no Brasil, pela UFF, (Universidade Federal Fluminense), o CBD (canabidiol) pode ser útil para tratar uma doença rara que causa cegueira. O estudo ainda é realizado em animais, mas parece que os resultados são promissores.
Canabinoides menores, como o CBG (canabigerol) estão na mira dos pesquisadores e das empresas farmacêuticas por causa das propriedades medicinais para os olhos.
Parece que há um efeito protetor robusto ao aumentar a disponibilidade de anandamida na retina, um canabinoide produzido naturalmente pelo organismo.
Isso acontece por causa do chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema que funciona à nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções do organismo.
A cannabis também possui canabinoides, como o CBD e o THC, componente que gera o famoso “barato” da maconha.
O estudo da UFF observou, por exemplo, que vários componentes do Sistema Endocanabinoide estão alterados nos animais que possuem essa degeneração da retina, mostrando que os canabinoides estão agindo ativamente no curso da retinose. O que pode impedir a progressão da cegueira.
Se a cannabis é ou não um tratamento ideal para o glaucoma, há pessoas que juram que são uma dadiva, enquanto outras a consomem como um complemento, mas não como tratamento principal.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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