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Cannabis no tratamento da vaginose



20/03/2025


A cannabis já é usada para tratar várias condições femininas. Por isso, será que podemos usar a cannabis no tratamento da vaginose também?

Cannabis no tratamento da vaginose

Cannabis no tratamento da vaginose

Explorar os benefícios da cannabis nunca é demais. A planta produz substâncias que podem interagir com a maioria das funções do organismo, inclusive, relacionadas à região pélvica. 

Até hoje, várias mulheres já utilizam os benefícios da planta no tratamento de problemas como endometriose, cólicas, menopausa, TPM (Tensão Pré-Menstrual) e outros problemas relacionados ao sistema feminino. 

Dessa forma, será que ela pode tratar problemas como vaginose?

O que é vaginose mesmo?

Também chamada de VB, a vaginose bacteriana é uma condição comum que afeta muitas mulheres em algum momento de suas vidas. 

Embora não seja considerada uma IST ( infecção sexualmente transmissível), ela está relacionada a um desequilíbrio na flora vaginal, o que pode causar desconforto e preocupação. 

Ela ocorre quando há um desequilíbrio entre as bactérias naturais presentes na vagina. Em condições normais, a vagina é habitada por uma variedade de bactérias.

O que inclui lactobacilos, que ajudam a manter o pH vaginal ácido e a prevenir o crescimento de bactérias nocivas. No entanto, quando há uma redução nos lactobacilos e um aumento em outras bactérias, como a Gardnerella vaginalis, ocorre a vaginose bacteriana.

As causas exatas da vaginose bacteriana ainda não são totalmente compreendidas, mas alguns fatores podem contribuir para o desequilíbrio bacteriano:

  • Relações Sexuais: Embora não seja uma IST, a vaginose pode estar associada a uma mudança no parceiro sexual ou a múltiplos parceiros.
  • Higiene Íntima Excessiva: O uso de duchas vaginais ou sabonetes íntimos muito fortes pode alterar o pH vaginal.
  • Uso de antibióticos: O uso prolongado de antibióticos pode afetar o equilíbrio bacteriano na vagina.
  • Fatores Hormonais: Mudanças hormonais, como as que ocorrem durante a menstruação ou a gravidez, podem aumentar o risco de VB.

Sintomas e diagnóstico

Nem todas as mulheres com vaginose apresentam sintomas, mas quando eles aparecem, podem incluir:

 

  • Corrimento Vaginal: O corrimento pode ser fino, de cor cinza ou branco, e ter um odor forte e desagradável, muitas vezes descrito como “odor de peixe”.
  • Coceira ou Irritação: Algumas mulheres podem sentir coceira ou irritação na região vaginal.
  • Ardor ao Urinar: Em alguns casos, pode haver ardor ao urinar.

O diagnóstico geralmente é feito através de um exame físico e da análise de uma amostra do corrimento vaginal. Por isso, se você notar qualquer mudança no corrimento vaginal, odor forte ou desconforto, é importante procurar um médico. 

A vaginose bacteriana não tratada pode levar a complicações, especialmente em mulheres grávidas, como parto prematuro ou infecções pélvicas.

Tratamento para vaginose

O tratamento mais comum para tratar a vaginose bacteriana é o uso de antibióticos, como o metronidazol ou a clindamicina, que podem ser administrados por via oral ou em forma de creme vaginal. 

É crucial seguir as orientações médicas e completar o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim do medicamento.

A cannabis no tratamento da Vaginose

Nos últimos anos, algumas pesquisas já demonstraram o potencial antibacteriano e antioxidante do CBD (canabidiol). Trata-se de um dos principais componentes presentes na cannabis. 

Estudos recentes também demonstram que outras substâncias, como o CBG canabigerol e o CBN canabinol, possuem propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, que podem ser aliados contra a resistência a antibióticos.

De acordo com uma pesquisa de 2025, publicada na edição especial da revista científica Antibiotics, o CBD apresentou efeitos antibacterianos e antioxidantes contra a Gardnerella vaginalis, um microrganismo que, quando desequilibrado, pode causar vaginose bacteriana.

Realizado por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e do Hadassah-Hebrew University Medical Center, o CBD demonstrou atividades antibacterianas e antibiofilme contra isolados clínicos de G. vaginalis. 

Isso significa que ele não apenas combate a bactéria, mas também é capaz de destruir as comunidades microbianas resistentes que se formam durante a infecção. 

Esses biofilmes são conhecidos por serem um grande desafio para os tratamentos convencionais, pois protegem as bactérias da ação de antibióticos, tornando-as mais difíceis de eliminar.

Os resultados do estudo são promissores: a cannabis no tratamento da vaginose não só impediu a formação de novos biofilmes, mas também reduziu significativamente a atividade metabólica e a biomassa dos biofilmes já existentes. 

Essa dupla ação é crucial para o sucesso no tratamento da vaginose bacteriana, já que biofilmes maduros são altamente resistentes e podem persistir mesmo após o uso de medicamentos tradicionais.

Como a cannabis funciona

A cannabis trabalha através do chamado Sistema Endocanabinoide. Ele está presente em boa parte do organismo e ajuda a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções do corpo.

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, este sistema envia os chamados canabinoides que sinalizam que algo está errado e precisa ser resolvido. Assim como o corpo, a cannabis também produz canabinoides, que trabalham de forma semelhante aos nossos. O CBD, por exemplo, é um deles. 

Através de receptores os canabinoides da cannabis podem auxiliar na redução da dor, inflamação e até nos sintomas emocionais, como ansiedade e estresse. Isso porque o corpo também encontra esses receptores no endométrio, miométrio, ovários, mamas e vagina.

Há uma série de produtos que podem ser utilizados com a cannabis no tratamento de vaginose, como pomadas, adesivos, cremes, lubrificantes e até supositórios vaginais e retais. 

Há a possibilidade de ingerir o remédio também, como óleos, gummies e cápsulas. Tudo vai depender da recomendação médica.  

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.