Transtornos alimentares são questões psiquiátricas que se manifestam nos comportamentos alimentares diários. Se preocupar excessivamente com a perda ou ganho de peso, percepções individuais sobre o corpo, mudanças no ciclo menstrual (no caso de mulheres) e isolamento social podem ser alguns sinais de pessoas que enfrentam esses problemas.
Essa condição de saúde é mais comum em mulheres com idades entre 18 e 30 anos, e os números estão aumentando mundialmente. Cerca de 8% da população feminina possui algum transtorno alimentar, e 2% da masculina.
A pandemia entrou como um fator que interferiu negativamente no problema, visto que as questões emocionais como ansiedade e angústia fizeram as pessoas se alimentarem mais, ou comerem sem uma dieta regular.
Os tratamentos para os distúrbios costumam seguir os mesmos padrões. Por se tratar de uma condição psíquica, a psicoterapia entra como ferramenta determinante. E embora as evidências ainda sejam poucas, a cannabis medicinal pode ser aliada no controle dos transtornos alimentares. Continue a leitura para saber como.
Segundo Stuart Murray, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade do Sul da Califórnia, é possível classificar esses transtornos como “distúrbios encontrados no comportamento alimentar que causam prejuízo significativo à capacidade de viver normalmente”.
Os sintomas variam a depender de cada transtorno. A anorexia nervosa, que será citada abaixo, é um distúrbio alimentar que pode causar anemia, inibição menstrual e hipotermia.
Existem diferentes tipos de transtornos alimentares, mas os principais são: anorexia, bulimia e transtorno da compulsão alimentar.
Anorexia
Anorexia (ou anorexia nervosa) é um transtorno alimentar que parte do psicológico das pessoas, fazendo com que elas enxerguem seus corpos de forma distorcida. Essa condição também atrapalha nos hormônios que ativam o apetite. Sendo assim, pessoas com anorexia comem menos e podem pular refeições e ter vômitos constantes.
De acordo com uma revisão sistemática publicada em 2023, a prevalência dos casos de anorexia é em mulheres, mas em homens os percentuais também estão subindo.
Entre 20% e 30% dos diagnósticos de anorexia nervosa são detectados em homens, ou seja, um a cada três casos. Além disso, a revisão apontou que os transtornos alimentares em geral acometem 19% da população feminina e 14% da masculina.
Bulimia
Ao contrário da anorexia, a bulimia ocorre quando uma pessoa se alimenta compulsivamente e depois pratica uma ação “punitiva”, como vomitar, tomar laxantes ou exercitar-se em excesso.
Essa condição de saúde pode gerar alguns sintomas, como problemas gastrointestinais, desidratação e distúrbios na produção de saliva.
Transtorno de compulsão alimentar
Compulsões alimentares acontecem quando um indivíduo consome grandes quantidades de comida, a ponto de causar desconforto. A depender do caso, o transtorno pode se manifestar com refeições fora do horário ou no ato de comer como sintoma do estresse ou da ansiedade.
Segundo definição do Ministério da Saúde o transtorno é compulsivo porque acontece inconscientemente e independe das qualificações intelectuais ou morais do paciente. É uma tentativa de “libertar-se” da ansiedade que acaba gerando constrangimento pelo ato, mas sem os atos compensatórios diagnosticados na bulimia.
Como explicado acima, tratar distúrbios alimentares depende muito da psicoterapia, seja para entender a raiz do problema, ou para diminuir as sensações que podem levar os pacientes a um transtorno alimentar. Porém, por mais que um paciente faça o uso de antidepressivos ou ansiolíticos, o tratamento pode não ser tão eficaz.
Transtornos alimentares são identificados pelo organismo pelo Sistema Endocanabinoide, responsável por regular a homeostase e identificar quando alguma coisa foge do controle que nos mantêm saudáveis.
Assim, os fitocanabinoides (presentes na planta cannabis) conseguem regular os receptores canabinoides, internos do organismo. Um destes, chamado de CB1, é responsável por identificar a fome.
Conheça mais sobre este sistema no vídeo abaixo.
Por isso, uma das características medicinais do tetrahidrocanabinol (THC) mais estudadas pelos pesquisadores é sua capacidade de instigar o apetite. Já o tetrahidro-canabivarina (THCV) é um fitocanabinoide que pode reduzir a fome e ajudar na diminuição da compulsão alimentar.
De acordo com um estudo, esta segunda substância pode ajudar no controle da Diabetes Tipo 2 ao diminuir os níveis de insulina no corpo. Sendo assim, alguns cientistas acreditam que o THCV pode auxiliar na redução do peso corporal.
Já um estudo publicado no Jornal Internacional de Transtornos Alimentares, concluiu que a compulsão alimentar também pode ser controlada com cannabis medicinal. Estes se sentiram mais saciados e não recorreram à alimentação exagerada para diminuir a ansiedade.
Canabidiol
O canabidiol (ou CBD) é um dos componentes da cannabis mais indicados para fins medicinais.
Sua ação ansiolítica e antidepressiva vem sendo muito aprofundada pela ciência, e além de ser uma alternativa para substituir os efeitos colaterais dos medicamentos convencionais, é uma maneira de melhorar a saúde mental de quem sofre com transtornos alimentares.
Um estudo pré-clínico de 2011 sugeriu que o CBD pode reduzir a ansiedade relacionada com a ingestão de alimentos. Já uma pesquisa da Suíça dividiu pacientes com anorexia em dois grupos: um tomou um medicamento à base de cannabis e o outro, um placebo.
Os pacientes que fizeram o tratamento com cannabis durante quatro semanas ganharam um peso médio de 0,73g. Este número pode parecer baixo, mas é um caminho para que mais estudos sejam desenvolvidos dentro deste campo.
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Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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