Cannabis em NY: Por que o aumento do uso adulto está adoecendo cães?

Cannabis em NY: Por que o aumento do uso adulto está adoecendo cães?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Náuseas, piriri e muita preocupação. Enquanto o consumo adulto de cannabis é divertido para as pessoas, pode ser um problema para os cãezinhos

Foto: Freepik

Desde a descriminalização do uso adulto da cannabis em Nova York, em março de 2021, o consumo só aumenta.

Pra se ter uma ideia, o prefeito da cidade Eric Adams admitiu numa entrevista em junho que “a cidade tem cheiro de maconha” porque “todo mundo tem um baseado”.

Em números absolutos, a expectativa de rendimentos deste mercado para 2023 é de impressionantes 1,2 bilhão de dólares.

Tudo isso parece um sonho, motivo de celebração para as pessoas em geral, mas não para os doguinhos.

Uma reportagem publicada no The New York Times em fevereiro apontou o problema de encontrar maconha em qualquer lugar: os cachorros estão ficando mais doentes, por encontrar e comer restos de baseados descartados na rua, ou de alimentos feitos à base de cannabis deixados pela casa.

E isto desperta um alerta importante: comer maconha pode ser tóxico pros bichinhos.

Cãosumo perigoso

Segundo os veterinários consultados pela reportagem, o comportamento de um cachorro que comeu maconha pode ser “bastante alarmante”. Geralmente, o animal parece “um pouco vacilante” e tem dificuldade para se equilibrar e andar. 

“Eles provavelmente também ficarão muito sonolentos, com os olhos dilatados, assustados e com dificuldade de fazer xixi”, disse a Dra. Gabrielle Fadl, diretora de cuidados primários da clínica veterinária Bond Vet.

A médica veterinária alerta que “Cerca de uma ou duas horas após a ingestão, os sinais vitais de um cão – temperatura corporal e frequência cardíaca – normalmente despencam, o que pode ser perigoso.”

Os riscos dependem do tamanho do seu cão e da quantidade de medicamento que consumiu.

Dra. Fadl diz que o tratamento para a maioria dos casos normalmente inclui fluidos intravenosos e monitoramento cuidadoso dos sinais vitais.

Em doses particularmente grandes de THC, (o ingrediente psicoativo da cannabis) pode haver riscos de arritmia cardíaca ou convulsões, segundo a médica.

Como proceder?

O ideal é não ficar brisando, e perceber a tempo o comportamento do seu doguinho. O procedimento para remover a toxina do corpo dele é induzindo o vômito ou administrando um piriri.

Para os especialistas, é melhor entrar em contato com uma linha de ajuda para envenenamento ou ligar para o consultório do veterinário, relatando exatamente o que aconteceu, com o máximo de detalhes. 

Parece vergonhoso, mas na real é super útil relatar a potência das substâncias contidas no seu produto canábico.

Para tranquilizar, a veterinária diz que “em geral, a maioria dos cães que ingerem maconha ficará bem com os tratamentos”. A reportagem também aponta que há uma baixa probabilidade de danos neurológicos duradouros.

Aos tutores, fica a dica: guardar seus produtos canábicos fora do alcance dos pets, e ao passear com o dog, manter a guia curta e o olhar atento ao que ele fuça no chão.

Cannabis para pets

O uso animal da cannabis ainda vive em um limbo no Brasil, em que não é regulamentado e nem proibido. Até que se tenha uma nova legislação, os veterinários têm prescrevido colocando o seu registro em risco.

Caso queira saber mais sobre os produtos à base de cannabis, converse com os nossos especialistas.  

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