Cannabis durante a amamentação: Posso usar?

Cannabis durante a amamentação: Posso usar?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

É fato que todas as substâncias e alimentos ingeridos pela mãe podem influenciar o bebê, desde a gravidez até a amamentação. No caso da cannabis, não seria diferente.

Este é um tema que gera muitas dúvidas, principalmente para mães utilizam cannabis e estão em período de amamentação.

Antes de tudo, é preciso entender que os estudos ainda são insuficientes para bater o martelo, por isso, não há uma resposta definitiva para a questão.

No entanto, um estudo mostrou que os canabinoides, substâncias encontradas na planta, tem a capacidade de interagir com o feto ainda na barriga, ainda nos primeiros estágios do embrião.

Isso porque o Sistema Endocanabinoide já começou a se formar no bebê. Então, os receptores CB1 e CB2 já estão ativos no organismo do feto.

Este sistema ajuda a promover a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo, como fome, humor, resposta inflamatória e age até no sistema nervoso central.

Ele funciona com os canabinoides, que ativam os receptores para informar que algo está desregulado. A cannabis também tem canabinóides, que podem interagir de forma similar aos nossos.

Há canabinoides no leite materno

Na dúvida, escolha sempre a amamentação.

Já se perguntou o porquê crianças que são amamentadas por mais tempo ficam doentes com menos frequência?

Um dos motivos está no leite da mãe, que é rico em endocanabinoides, aqueles que são produzidos pelo próprio organismo. Eles ajudam no desenvolvimento biológico do bebê.

Além de estimular a apetite, os endocanabinoides passados de mãe para filho podem proteger os neurônios do cérebro que está se formando.

Por isso é tão importante amamentar.

Mas a questão aqui são os efeitos da cannabis no organismo, certo? Os estudos são mais focados na ação da maconha, então vamos começar por aí.

Posso fumar maconha enquanto amamento?

Em 2018, a Associação americana de Pediatria (AAP) recomendou que mulheres grávidas ou em período de amamentação não devem consumir maconha, pois traços da substância podem aparecer no leite.

Antes de fazer a indicação, a AAP coletou amostras de leite de 54 mães que afirmaram usar maconha antes da coleta.

O tetra-tetraidrocanabinol (THC), componente que gera os efeitos alucinógenos, apareceu em 63% das amostras. O que indica que os bebês estão recebendo maconha através do leite.

Possíveis prejuízos da maconha no leite materno

O estudo não fornece evidências de que isso prejudica ou não a criança. No entanto, outras pesquisas já indicam a ação do composto no bebê ainda durante a gestação.

Isso porque a maconha inalada vai para as correntes sanguíneas, e como a cannabis gosta de gordura, ela acaba indo para o leite da mãe.

De acordo com uma pesquisa desenvolvida em 2018 com 8 mulheres, descobriu que as crianças absorvem até 2,5% da dose que a sua mãe fuma maconha ou ingere como comestível.

Apesar dos estudos sobre o assunto ainda serem relativamente raros, pesquisas preliminares indicaram que o THC pode percorrer à placenta e prejudicar o desenvolvimento do cérebro, cognição e peso do bebê.

Presente no leite materno por quase dois meses

De acordo com outro estudo publicado na JAMA Pediatrics, a substância da maconha ainda permanece no organismo por até seis semanas.

Embora o componente varie de mulher para mulher, o estudo concluiu que todas as mulheres do estudo ainda tinham níveis detectados de THC no leite materno até o final da experiência científica.

A recomendação de não utilizar maconha durante a amamentação por possíveis prejuízos para o feto também destacado pelos pesquisadores do estudo.

Posso usar CBD enquanto amamento?

Pacientes com epilepsia, Parkinson, insônia e náuseas, não deixam de possuir as patologias enquanto estão grávidas ou amamentando, não é mesmo?

Sem contar na famosa depressão pós-parto, que altera os hormônios e bagunça o humor, a ansiedade e a fadiga. Questões que podem ser resolvidas com o derivado da cannabis.

Por isso, será que é possível continuar o tratamento com o canabidiol (CBD)?

Como dito acima, os estudos sobre o tema ainda são poucos e limitados. Por isso, é difícil dizer.

Contudo, um estudo feito em camundongos, constatou que o THC pode prejudicar o desenvolvimento dos embriões. No entanto, o canabidiol não mostrou nenhum efeito adverso.

Por causa disso, muitas mães continuam usando o óleo de CBD mesmo na gestação ou amamentação.

Mas não há conclusões definitivas sobre o assunto. O melhor a se fazer é conversar com o seu médico, que vai direcionar qual o melhor caminho.

Consulte um profissional

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

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