Caio Rabisco (28) é atleta profissional de BMX Freestyle há alguns anos. Ele já virou destaque em uma série de competições, tanto nacionais, como BSS, quanto internacionais, como o campeonato Vans Pro Cup no México.
Contudo, praticar um esporte radical sempre gera algumas consequências. Rabisco já teve várias lesões, fraturou vários ossos e precisou fazer seis cirurgias; nos dois joelhos, tornozelos e até no punho “tenho muita história”, brinca.
Mas apesar disso, é apaixonado pelo BMX. Para ajudar na recuperação das dores musculares e condicionamento físico, ele aposta em um tratamento que é cada vez mais falado no Brasil. A cannabis medicinal.
A escolha veio a partir da sua curiosidade sobre o assunto. Caio Rabisco já tinha visto vários atletas e amigos compartilhando as suas experiências com ele e ficou interessado.
“Sempre pesquisei sobre o assunto. Fui lendo, conhecendo mais do mundo e sempre buscava o que isso poderia ajudar na minha vida”, acrescenta
Atualmente, cada vez mais atletas pelo mundo apostam nas propriedades medicinais da planta. Tanto, que nas últimas Olimpíadas, que aconteceram em Tóquio, o Canabidiol (CBD) não foi proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).
O atleta também tem dermatite atópica, uma condição na pele que não tem uma causa específica, mas causa bastante desconforto. “A pele é a primeira coisa que as pessoas olham, é diferente de ter uma coisa que os outros não conseguem ver”, ressalta.
Essa foi uma das principais causas para tomar a decisão de experimentar o óleo.
Quando o ciclista resolveu apostar, ele deu de cara com algo bastante brasileiro: a burocracia. “Comecei a ir atrás de empresas, mas não fazia ideia do trabalho que era para se poder utilizar o produto”, ressalta.
Hoje, o óleo de cannabis no Brasil ainda é um produto bastante restrito. Ele é categorizado como controlado, o que significa que só pode ser obtido com receita médica azul do tipo B.
Depois da resolução 327/19, o produto pode ser vendido no Brasil através das farmácias, mas com a falta de opções, os pacientes ainda preferem importar.
Para estes casos, além da receita médica, é necessário uma autorização excepcional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entenda mais sobre a importação de produtos à base de cannabis aqui.
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Caio Rabisco conta que finalmente encontrou uma empresa que o ajudou em todo o processo, tanto na prescrição médica quanto na importação do óleo. A relação entre ele e a Cannect virou patrocínio também.
Como no caso do seu colega de BMX, Cauan Madona, a ação do óleo de CBD no organismo veio de forma rápida. Rabisco esperava uma recuperação muscular, mas a melhora veio como um todo.
“Eu esperava que melhorasse, mas não da forma que ajudou. Hoje eu demoro muito mais para ficar cansado. Até os meus amigos notaram”, ressalta.
Além do cansaço, Caio ressalta que as dores só aparecem quando ele se esforça muito. “Eu levei um tombo dias atrás e machuquei o punho. Sinto que o óleo ajudou na recuperação, há 15 dias eu não conseguia nem segurar o guidão da bicicleta”, ressalta.
Por causa de um campeonato importante, o ciclista preferiu não utilizar tetrahidrocanabinol (THC). Embora a substância seja a responsável pelos efeitos alucinógenos da planta, ela geralmente é encontrada em quantidades mínimas no óleo, com um valor abaixo de 0,3%.
Contudo, o extrato da planta inteira, também conhecido como full-spectrum é importante para o efeito sinérgico. A mistura dele com o CBD e outros componentes presentes na planta potencializa em até 10 vezes os efeitos do produto.
Um detalhe que fez toda a diferença para o Caio. Principalmente o uso tópico, que segundo ele, gera os efeitos terapêuticos em poucos minutos. Um dos seus produtos favoritos é uma espécie de “rolon” que ele passa no punho machucado.
“10 minutos a gente já sente algo diferente, sente um calor”, brinca.
Depois que começou a divulgar o uso da cannabis nas redes sociais, Caio conta que começou a receber bastante perguntas, tanto de amigos como seguidores.
“Não tenho haters, mas as perguntas são frequentes. O pessoal às vezes tem vergonha de perguntar pelo insta, mas vê a gente nos eventos e pergunta se dá brisa”, complementa.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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