Brasileira fatura milhões com cigarro de cânhamo nos EUA

Brasileira fatura milhões com cigarro de cânhamo nos EUA

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O produto não provoca o “barato”, e auxilia no tratamento de condições médicas. A empreendedora ainda planeja trazer para o Brasil.

Já ouviu falar no cigarro de cânhamo? Não, o produto não é a maconha enrolada em papel seda. Na verdade, é bem parecido ao tabaco convencional, mas sem nicotina. E sem maconha.

O cânhamo é uma derivação da cannabis sativa com, no máximo, 0,3% de THC, componente que gera os efeitos alucinógenos da maconha. Em contrapartida, ele possui uma quantidade alta de Canabidiol (CBD), bastante utilizada em medicamentos.

O cigarro de cânhamo é cada vez mais popular nos Estados Unidos e pode ser encontrado até em lojas de conveniência. Uma das pioneiras do ramo, a  Redwood Reserves já faturou US$12 bi. 

Por que não um cigarro de cânhamo?

A ideia veio da brasileira Ana Carolina Redwood, 24, que se mudou para o país norte americano ainda pequena com a família. Ela é filha da Corina e do José Rocha, que ajudaram os filhos a criar uma empresa de cannabis medicinal nos EUA. Já contamos a história deles aqui.

A empresa familiar, chamada USA Hemp, planta cannabis e também produz produtos à base de cannabis para fins medicinais. 

“Foi uma ideia meio doida. Estávamos pensando o que mais poderíamos adicionar na nossa linha de produtos”, conta Ana Carolina. 

Foi então que em 2019 uma companhia de tabaco se interessou em colocar a flor de cannabis dentro do cigarro. Ana viu aí a oportunidade de criar uma coisa diferente. 

Uma nova empresa

Contudo, a brasileira sabia que o cigarro ainda era visto com estigma, principalmente se fosse combinado a uma substância presente na cannabis. Por isso, ela decidiu criar outra empresa, a Redwood Reserves. 

Com apenas dois anos, a empresa possui mais de seis mil pedidos diretos de pessoas e milhares nas prateleiras das lojas de conveniência,faturando mais até que a USA Hemp. Segundo a empresária, hoje é a marca de cigarro de maconha mais consumida do país.

“Vimos oportunidade, porque fumar é uma coisa social. Mas queríamos criar uma coisa diferente, em uma companhia diferente. O produto só tem aparência de cigarro, mas é cheio de propriedades medicinais”, acrescenta.

Foto: Arquivo Pessoal

Mas para que serve? 

O produto não deixa ninguém chapado, pois só possui 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC). Contudo, a brasileira diz que as pessoas gostam de usar de forma social. No bar com os amigos, para desestressar, como se fosse um cigarro de nicotina.

Contudo, o canabidiol não é prejudicial à saúde, ao contrário. Ele possui propriedades relaxantes, anti-inflamatórias e antioxidantes

A empreendedora conta que ao contrário do óleo, que demora pelo menos uma hora para fazer efeito, na forma inalada bastam cinco minutos. 

Algumas pessoas também usam como uma espécie de tratamento para parar de fumar. Ao contrário de outras substâncias, o CBD não gera dependência. Alguns estudos sugerem até que ele ajuda a diminuir a compulsão causada pelo vício.

Projetos para o Brasil

A maconha ainda é ilegal no Brasil e o uso medicinal é bastante restritivo. Ainda assim, milhares de pacientes migram ano a ano para o tratamento alternativo. 

É por isso que Redwood tem a esperança de trazer o seu cigarro de cânhamo para cá. Ela explica que os norte-americanos não enxergam as diferenças entre o CBD e o THC.

Por outro lado, os brasileiros querem saber cada vez mais sobre o canabidiol, tanto que acabam criando certos preconceitos contra o tetraidrocanabinol.

“Temos um pouco de pessoas que usam de forma medicinal aqui, mas é tudo muito novo. Queremos introduzir para pessoas que realmente necessitam do tratamento”, complementa.

 

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