Mais uma pesquisa de mercado mostrou que o Brasil poderia faturar com a indústria de cannabis. Segundo relatório da Prohibition Partners, o Brasil poderia movimentar dois bilhões até 2025.
O valor dos produtos à base de cannabis é estipulado apenas para fins medicinais, sem contar o uso recreativo ou industrial. Segundo a pesquisa, até 2020 mais de 23 mil pacientes utilizavam o método alternativo de tratamento.
A expectativa da empresa de dados e inteligência é que esse número cresça 11 vezes mais, chegando a 262 mil pessoas em quatro anos, isso porque o Brasil é considerado o maior mercado da América Latina.
Contudo, para que isso aconteça, as leis sobre a cannabis no Brasil precisam avançar.
Segundo as resoluções 327/19 e 335/20, produtos à base de cannabis podem ser comprados na farmácia ou importados, mas seguindo alguns requisitos, como receita médica e no caso da importação, autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No entanto, os preços são bem altos. Um remédio na farmácia, por exemplo, custa mais de R$2.000,00. O que faz a maioria dos pacientes recorrerem a associações ou até mesmo a métodos ilegais.
Há um Projeto de Lei que visa o cultivo e comercialização da cannabis no Brasil, que promete aumentar a concorrência e diminuir os preços.
O PL 399/15 foi aprovado em uma comissão especial na Câmara dos Deputados e segue para o Plenário. Após ser discutida pelos Senadores, caso aprovada, ainda precisa ser autorizada pelo Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que já se posicionou contrário ao projeto.
Fora o uso medicinal, a proposta também visa o cultivo do cânhamo para fins industriais. A variação da cannabis sativa possui 0,3% de THC, o componente que gera os efeitos da maconha.
As suas fibras podem ser utilizadas para a fabricação de uma série de materiais, como cordas, tecidos e até cosméticos. De acordo com a análise da empresa Kaya Mind, junto ao uso farmacêutico, a planta pode movimentar R$26,1 bilhões em quatro anos.
O levantamento divulgado em junho também mostra que uma legislação sobre o tema poderia gerar 117 mil empregos e R$8 bilhões em impostos.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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