O Alagoano que disputa uma vaga na Câmara dos Vereadores de Maceió, encontrou na cannabis uma ajuda para enfrentar a depressão e um Burnout
Bob Pedrosa sempre foi uma pessoa muito sonhadora. Quando pequeno, dizia que ia para a Europa, dirigir Ferrari e ser alguém grande. Ninguém acreditava muito, passou a ser apelidado até de Forrest Gump pelos conhecidos.
Mas ele não desanimou. Foi com muita luta que realmente conseguiu morar em Portugal. Embora lavando carros, também dirigiu carros de luxo e fez tudo o que disse que faria. Quando voltou para o Brasil, resolveu abrir uma pousada em Maceió, sua cidade natal.
Mas agora, a sorte já não estava mais do seu lado.
Em 2018, até pegou empréstimos e alugou um prédio para o empreendimento. Infelizmente, não ficou muito tempo aberto. O problema é que tudo foi interditado por um novo projeto governamental feito na orla da praia.
Bob Pedrosa ficou desolado. Sem saber o que fazer, parou de surfar, voltou a ter depressão e passou a ter Síndrome de Burnout também. Anos depois, com 43 anos, ainda descobriria que é autista com nível de suporte 1.
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“Comecei a tomar um monte de remédio que fizeram mal ao meu fígado, comecei a ter vários problemas. Eu já tava assim em uma situação bem difícil e eu tentei tirar a minha própria vida, fui para o fundo do poço total”, lembra.
Foi aí que um amigo lhe falou do óleo de cannabis. Pedrosa pediu ajuda da família e comprou um óleo ilegal mesmo, sem receita e de péssima qualidade. Ainda assim, parece que foi a virada de chave na vida do empreendedor.
A cannabis medicinal tem se destacado como uma opção para condições mentais. Isso porque ajuda a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo. Entre elas, o humor.
Através do Sistema Endocanabinoide, a cannabis pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Assim, Bob Pedrosa abandonou os remédios convencionais e a cannabis bastou como tratamento.
Não demorou muito para que o empreendedor embarcasse de cabeça no universo da cannabis.
“Com três meses eu comecei o ativismo. Eu viajei fazendo visitas em comunidades quilombolas, indígenas, fui daqui até o Ceará. Fui na Abrace fazer visitas, eu estava deslumbrado com o negócio. Eu pensei ‘Caramba, o mercado está desse jeito? É isso que eu quero’”.
Bob Pedrosa voltou para o Uruguai, país que tinha morado por um tempo, mas dessa vez, para trabalhar no museu da cannabis. De volta ao Brasil, tornou-se representante de várias marcas de cannabis medicinal e virou uma referência no nordeste.
Ia para todos os lugares, batia de porta em porta, contava a sua história e indicava médicos. Isso aconteceu até montar o seu próprio escritório. Pegou o CNPJ da sua antiga pousada e mudou o nome para Instituto Zion.
Fez contrato com empresas e associações e facilitou o acesso à cannabis medicinal para pacientes e até para famílias atípicas. “Como eu fui diagnosticado aos 43 anos, eu sofri muito. Então imagina a quantidade de gente que tem, que sofre e não sabe?”, acrescenta.
Hoje, Bob Pedrosa está engajado em um novo projeto de cannabis, mas não quis falar muito sobre.
Por ora, o empreendedor está focado na sua candidatura à vereador de Maceió. Resolveu ser candidato depois que outras figuras políticas disseram que ele era influente e tinha chances de ganhar.
Com uma bancada majoritariamente conservadora, Bob Pedrosa se sentiu motivado a fazer alguma coisa pela capital alagoana. Principalmente se tratando da causa canábica.
Em 2022, o estado até aprovou uma lei sobre a distribuição de produtos feitos com a planta pelo SUS (Sistema Único de Saúde). De autoria do deputado Lobão (PSB), a lei foi publicada no Diário Oficial da União, mas até agora não foi regulamentada.
Por isso, ele sentiu que precisava reforçar ainda mais a pauta para que algo seja feito.
“Quando eu estiver na Câmara, eu vou fazer o que eu sempre fiz e que vem dando certo. Não me interessa se você é bolsonarista, se você é isso ou aquilo. Eu tenho um propósito que é incentivar as pesquisas com cânhamo aqui no nosso estado. A lei já foi criada pelo Lobão, então eu chego pra somar, pra poder desmistificar.”
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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