Ala ‘Cannabis é Medicinal’
Foto: Maria Eugênia Duarte
A segunda edição da ExpoCannabis Brasil aconteceu no último final de semana e trouxe uma ala voltada para o uso medicinal da planta. Durante os três dias, ocorreram palestras com profissionais de saúde que abordaram os usos da terapêutica em diferentes contextos.
Inclusive, a reunião é simbólica, pois há 10 anos o uso medicinal da cannabis é permitido no país sob prescrição médica. Neste período vieram muitas mudanças, como a quantidade de pacientes usando a terapêutica e também as especialidades que podem prescrever os derivados da planta.
Segundo a RDC 660/2022 da Anvisa, todos os médicos e cirurgiões-dentistas habilitados em seus conselhos podem indicar os produtos à base de cannabis para seus pacientes.
O impacto disso está nas condições de saúde atendidas, como o autismo, tema que foi apresentado pela psiquiatra Ana Hounie no primeiro dia do evento (15).
A relação entre a medicina esportiva foi um assunto conduzido pelo ortopedista Jimmy Fardin (dia 16); bem como o uso da terapêutica no tratamento do câncer (dia 17), com apresentação do médico patologista André Shenka.
A cannabis foi aprovada para uso medicinal em 2015. Há cerca de dois anos, o neurologista Eduardo Faveret já atendia seus primeiros pacientes. Antes de falar sobre o histórico proibicionista no Brasil e desafios para prescrever antes da autorização, ele contou sobre a chegada da cannabis na América e sobre o preconceito acerca do uso da planta.
“Antes da primeira RDC da Anvisa [dezembro de 2014] o que a gente fazia era absolutamente ilegal. Hoje temos centenas de associações, empresas, cursos de pós-graduação e finalmente o cânhamo podendo ser plantado em território nacional”, destacou Faveret.
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Em seguida o médico explicou como foram descobertos os primeiros fitocanabinoides e o próprio sistema endocanabinoide. Ele também trouxe estudos que comprovam a eficiência da cannabis para tratar pacientes com epilepsia.
Dados recentes da Kaya Mind apontam que 300 mil pacientes recorreram à importação somente neste ano. Além disso, as 53 especialidades médicas reconhecidas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) também já prescrevem produtos à base de cannabis.
Um dos impactos é utilização dos compostos por áreas específicas, como a medicina integrativa. Para a médica da família Mariane Ventura, essa vertente traz um olhar completo sobre a saúde do indivíduo.
“O tratamento com a cannabis une as principais premissas da medicina integrativa, como a parceria com o profissional de saúde, benefícios para todo o organismo e sua ancestralidade”, esclarece.
Ventura também explica que para inserir os fitocanabinoides nesta modalidade de saúde, o acompanhamento do indivíduo se faz necessário. Segundo ela, a medicina tradicional segue a direção “queixa-conduta”, enquanto os cuidados integrativos constroem um vínculo com os pacientes.
“Quando a gente entende que cannabis medicinal não é só regular o sistema endocanabinoide, o tratamento amplia para atividade física, alimentação e direitos sociais, e como isso influencia nossa saúde”, afirma a médica.
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No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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